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Oposição vai cobrar explicações sobre faturamento do escritório da mulher de Sérgio Cabral

Desde o primeiro mandato do governador, banca de Adriana Ancelmo ganha contas de clientes ligados ao estado e aumenta exponencialmente seu faturamento

Por Da Redação
18 ago 2013, 13h51

A oposição a Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai cobrar explicações sobre o crescimento no faturamento do escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados, que tem como sócia-presidente a advogada Adriana Ancelmo, mulher do governador. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo (PSOL) pedirá que o Ministério Público investigue os dados revelados por VEJA desta semana, que mostram a participação expressiva de concessionárias de serviços públicos entre os clientes da empresa. “Os números deixam claro que o número de empresas relacionadas ao estado que passaram a ser clientes do escritório aumentou assustadoramente depois que Cabral assumiu o governo”, diz Freixo. “Esse enriquecimento beneficia, direta ou indiretamente, o governador, o que fere a lei de improbidade administrativa.”

A reportagem mostra que o progresso no escritório coincide com o início do mandato de Sérgio Cabral. Em 2006, ano em que Cabral foi eleito governador, a empresa tinha tinha receita anual de 2,1 milhões de reais – valor que subiu a para 9,5 milhões de reais no ano passado. Crucial para o sucesso do negócio foi faturamento advindo de concessionárias e prestadoras de serviço ao governo do Rio: atualmente, 60% da receita do escritório de Adriana Ancelmo vêm de honorários recebidos por empresas que, direta ou indiretamente, dependem de pagamentos do estado do Rio. Antes de Cabral assumir o governo do Rio, o valor representava 2%.

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Um dos exemplos da mudança ocorrida no escritório Coelho e Ancelmo é a inclusão em seu portfólio de causas de ações trabalhistas da Metrô Rio, concessionária estadual do metrô. Levantamento feito por VEJA mostrou que, antes de Cabral tomar posse, o escritório de Adriana não defendia a concessionária em processos. Hoje, atua em 197 ações desse tipo.

O escritório dá a Adriana ganhos mensais de 184.000 reais – valor quase dez vezes superior ao salário do governador do Rio, de 20.600 reais.

O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) lembrou que, no passado, a OAB não viu ilegalidade no fato de Adriana ser sócia de um escritório de advocacia que tem entre seus clientes empresas relacionadas ao governo. Para o deputado, no entanto, Adriana e seus sócios levam vantagem evidente em relação à concorrencia. “Há no mínimo uma competição desigual, porque outros escritórios não têm a relação de proximidade com o governo que ela tem. Não podemos esquecer que estamos falando de concessionárias do estado. Ninguém pode impedir ninguém de exercer sua profissão, mas o que se está discutindo é uma concessionária contratar uma advogada que é a primeira-dama”, ressalta Luiz Paulo.

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Para a deputada Janira Rocha (PSOL), os dados publicados por VEJA são suficientes para um pedido de CPI na Alerj. Janira afirmou ao site de VEJA que vai se reunir, na segunda-feira, com parlamentares de oposição para propor a criação da comissão para apurar o que classifica como “favorecimento”. “É, no mínimo, uma imoralidade a primeira-dama ter relações profissionais com concessionárias do estado. O favorecimento está claro. E isso tem que ser apurado em uma CPI”, disse Janira, que também acionará o MP.

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