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Oposição racha e tenta convencer que quer afastamento de Cunha

Partidos passam a defender a saída do presidente da Câmara, mas Solidariedade e tucanos rejeitam posicionamento

Por Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
20 out 2015, 20h00

Depois de ser acusada de proteger o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como moeda de troca para garantir o seguimento dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a oposição decidiu nesta terça-feira reiterar o pedido de afastamento do peemedebista do cargo. A posição não é unânime. Denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro e confrontado com documentos que comprovam contas secretas em seu nome na Suíça, Cunha insiste em ficar na presidência da Casa.

Nesta terça, PPS, DEM e parte do PSDB pediram que Cunha deixe o cargo de presidente. O tom dos oposicionistas, porém, indica que a iniciativa serve mais como forma de se blindar das críticas de que teriam silenciado diante das suspeitas sobre Cunha. A oposição em geral – sobretudo uma parcela tucana e o Solidariedade – apoiam a permanência de Cunha no mais alto posto da Casa para garantir que, em suas mãos, o pedido de impeachment de Dilma tenha seguimento.

“Precisamos do Eduardo Cunha para derrubar o PT”, disse o deputado Paulinho da Força (SD-SP).

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O peemedebista também articula outros respaldos políticos: já fez acenos por um acordo com o Palácio do Planalto para lhe garantir a manutenção do mandato. Ele já é foi denunciado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Publicamente, os partidos de oposição, que em sua maioria não assinaram o pedido de cassação de Eduardo Cunha, dizem que não vão blindá-lo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os partidos já haviam defendido o afastamento de Eduardo Cunha do cargo e nesta terça, antes da nova manifestação, informaram previamente o peemedebista do conteúdo da manifestação.

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“Estamos fazendo uma ação política de manifestar o pedido de afastamento. Não vamos blindá-lo e insistimos na necessidade de avançar nas investigações sobre o petrolão”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). “Todos os partidos de oposição vão prestar contas para a sociedade brasileira sendo muito firmes e duros”, disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).

Nesta terça-feira, Cunha passou boa parte do dia dedicado a conversas com deputados. Em almoço oferecido na residência oficial, ele tentou se livrar da constante relação de seu nome à operação Lava Jato e, como estratégia para limpar a própria imagem, quer colocar em prática uma agenda positiva na Câmara.

Em um afago aos aliados, ele fez consultas de temas prioritários que poderiam passar a ganhar força no plenário ou uma tramitação privilegiada. Em contrapartida, tenta estreitar ainda mais os laços com deputados e, assim, pavimentar um caminho para sair impune do processo de cassação no Conselho de Ética.

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Apesar das aproximações, o presidente da Câmara diz não ter que se preocupar com um eventual apoio do governo ou da oposição para escapar da ação no conselho. “Eu não fui eleito por nenhum dos dois. Eu fui eleito em primeiro turno pela maioria absoluta”, afirmou. Sobre a decisão de deputados de oposição de pedir seu afastamento, o peemedebista também desconversou. “Eles podem fazer a nota que quiserem, o pedido que quiserem. Eu vou continuar do mesmo jeito [na presidência]”.

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