Operação da PF atinge ‘coração financeiro’ do sistema eleitoral do país
Nove empresas envolvidas em desvios da Petrobras doaram 610 milhões de reais nas eleições de 2010 e 2014; faturamento em contratos com o governo mostra que a prática compensa
Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, de Brasília
15 nov 2014, 15h52
Sétima fase da operação Lava Jato (VEJA/VEJA)
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1/48 Presos da operação Lava Jato são transferidos da sede da Polícia Federal para o Complexo Médico Penal de Pinhais em Curitiba, PR, na manhã deste sábado (25) (FuturaPress/Folhapress)
2/48 Marcelo Odebrecht é transferido da sede da Polícia Federal para o Complexo Médico Penal de Pinhais em Curitiba, PR, na manhã deste sábado (25) (FuturaPress/Folhapress)
3/48 Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Rodolfo Burher/Reuters)
4/48 Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Vagner Rosário/VEJA)
5/48 Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Rodolfo Burher/Reuters)
6/48 Marcelo Odebrecht da construtora Odebrecht é encaminhado para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress)
7/48 Executivos da construtora Odebrecht são encaminhados para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Vagner Rosário/VEJA)
8/48 Executivos da construtora Odebrecht são encaminhados para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Vagner Rosário/VEJA)
9/48 Bernardo Freiburghaus, suposto operador de propinas da Odebrecht, foi incluído na lista da Interpol (Interpol/Divulgação)
10/48 Executivos da construtora Odebrecht são encaminhados para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Vagner Rosário/VEJA)
11/48 Executivos da construtora Odebrecht são encaminhados para o IML de Curitiba (PR), na manhã deste sábado (20) (Vagner Rosário/VEJA)
12/48 O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, do ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP) (Vagner Rosário/VEJA)
13/48 O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, do ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP) (Vagner Rosário/VEJA)
14/48 O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, do ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP) (Vagner Rosário/VEJA)
15/48 Ex-deputados André Vargas e Luiz Argôlo fazem exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) em Curitiba, PR, neste sábado (Cassiano Rosário/Futura Press/Folhapress)
16/48 Polícia Federal deflagra 11ª Fase da Operação Lava Jato (VEJA.com/Divulgação)
17/48 O procurador Delton Martinazzo Dallagnol durante entrevista coletiva no hotel Mabu, no centro em Curitiba para falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato (Juca Varella/Folhapress)
18/48 O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro do STF, Luiz Fux, são homenageados pelo Ministério Público Estadual do Paraná, através de seu procurador-geral, Gilberto Giacoia. Janot não quis comentar a apresentação das denúncias da operação Lava Jato. Fux, ao contrário, comentou sobre a operação que investiga o escândalo dos contratos da Petrobras (Juca Varella/Folhapress)
19/48 Executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato são liberados pela Polícia Federal, na noite desta terça-feira (18/11), na sede da Polícia Federal em Curitiba (Junior Pinheiro/Folhapress)
20/48 Presos na operação Lava Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito (Avener Prado/Folhapress)
21/48 Paulo Roberto Costa é visto deixando a sede da Polícia Federal em Curitiba - 13/02/2015 (Vagner Rosario/Futura Press)
22/48 Parentes dos executivos pegam senhas para visitá-los na carceragem (VEJA.com/Reprodução)
23/48 Alberto Youssef é visto deixando a sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) - 13/02/2015 (Vagner Rosário/Futura Press)
24/48 Nestor Cerveró é visto deixando a sede da Polícia Federal em Curitiba - 13/02/2015 (Vagner Rosario/Futura Press)
25/48 Advogada traz entrega para executivo preso (VEJA.com/Reprodução)
26/48 Executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato deixam a Polícia Federal em Curitiba (PR), nesta terça-feira, após terem a soltura determinada (Paulo Lisboa/Protegido: Estadão Conteúdo)
27/48 Presos na operação Lava Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito (Avener Prado/Folhapress)
28/48 Presos na operação Lava Jato deixam a sede da Policia Federal com destino ao IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito (Avener Prado/Folhapress)
29/48 Presos na operação Lava Jato chegam à sede da Policia Federal após a saída para o IML da cidade de Curitiba para fazer o exame de corpo de delito (Avener Prado/Folhapress)
30/48 Pedro Henrique Xavier, representante de Herton Araujo, ex-diretor da Petrobrás, que apontou os nomes de executivos envolvidos no caso Petrobras. Os executivos presos na operação Lava Jato entram com habeas corpus na Justiça Federal, mas seguem presos na sede da Policia Federal em Curitiba - 16/11/2014 (Antônio More/Protegido: Estadão Conteúdo)
31/48 O advogado Alberto Toron, que representa cinco presos na Operação Lava Jato - 16/11/2014 (Antônio More/Protegido: Estadão Conteúdo)
32/48 Polícia Federal de Curitiba, onde estão presos empresários envolvidos na Operação Lava Jato - 15/11/2014 (Rodolfo Buhrer/Folhapress)
33/48 Advogados dos empresários presos na operação Lava Jato chegam com roupas e mantimentos para seus clientes na sede da Policia Federal, em Curitiba/PR - 15/11/2014 (Avener Prado/Folhapress)
34/48 Advogados dos empresários presos na operação Lava Jato chegam com roupas e mantimentos para seus clientes na sede da Policia Federal, em Curitiba/PR - 15/11/2014 (Avener Prado/Folhapress)
35/48 Movimentação em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba/PR. Os presos na sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela PF, estão a caminho da cidade, onde se concentra toda a investigação - 14/11/2014 (Denis Ferreira/Protegido: Estadão Conteúdo)
36/48 Presos na Operação Lava Jato deixam a Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa e partem em direção à Curitiba (Daniel Teixeira/Protegido: Estadão Conteúdo)
37/48 Carro com presos na Operação Lava Jato deixa a Polícia Federal do Rio de Janeiro em direção ao aeroporto Antônio Carlos Jobim, de onde embarcarão para Curitiba - 14/11/2014 (Marcos Arcoverde/Protegido: Estadão Conteúdo)
38/48 O ex-diretor de serviço da Petrobras, Renato Duque, chega a sede da Polícia Federal no Rio - 14/11/2014 (Márcia Foletto/Agência O Globo)
39/48 O ex-diretor de serviço da Petrobras, Renato Duque, chega a sede da Polícia Federal no Rio - 14/11/2014 (Márcia Foletto/Agência O Globo)
40/48 Presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa chega a Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo - 14/11/2014 (Marcos Bezerra/Futura Press/Folhapress)
41/48 Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa do Grupo Queiroz Galvão, chega à sede da Polícia Federal no Rio -14/11/2014 (Márcia Foletto/Agência O Globo)
42/48 Movimentação na Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo. A Polícia Federal deflagra a sétima fase da Operação Lava Jato, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal - 14/11/2014 (Marcos Bezerra/Futura Press)
43/48 Coletiva de imprensa da Polícia Federal com informações sobre a Operação Lava Jato em Curitiba - 14/11/2014 (Rodolfo Buhrer/Fotoarena)
44/48 Agentes da PF e da Receita Federal em frente ao prédio onde fica o escritório da construtora Camargo Correa, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros (SP). A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira mandados de prisão e de busca e apreensão durante Operação Lava Jato - 14/11/2014 (Adriano Vizoni/Folhapress)
45/48 Agentes da PF e da Receita Federal em frente ao prédio onde fica o escritório da construtora OAS na região central de São Paulo. A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira mandados de prisão e de busca e apreensão durante Operação Lava Jato - 14/11/2014 (Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)
46/48 Agentes da Polícia Federal com documentos apreendidos - A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira mandados de prisão e de busca e apreensão durante Operação Lava Jato - 14/11/2014 (Zanone Fraissat/Folhapress)
47/48 Em Brasília, agentes chegam com material apreendido e um cofre na Superintendência da Polícia Federal - 14/11/2014 (Pedro Ladeira/Folhapress)
48/48 Agentes da PF e da Receita Federal em frente ao prédio onde fica o escritório da construtora Camargo Correa, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros (SP). A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira mandados de prisão e de busca e apreensão durante Operação Lava Jato - 14/11/2014 (Nilton Fukuda/Protegido: Estadão Conteúdo)
O escândalo de corrupção que levou à prisão de executivos de grandes construtoras e tornou mais evidente a estreita relação entre esse ramo empresarial e políticos de todos os partidos. Levantamento feito pelo site de VEJA mostra que as nove construtoras implicadas nessa etapa da Operação Lava Jato da Polícia Federal desembolsaram mais de 610 milhões de reais nas campanhas de 2010 e 2014. Foram 310, 6 milhões no pleito de quatro anos atrás e, de acordo com os dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 301,3 milhões neste ano – todas doações legais.
A lista das empresas é composta por Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Iesa, UCT, Andrade Gutierrez, OAS, Engevix e pela Galvão Engenharia. Historicamente, os empreiteiros mantêm uma proximidade com o poder – no plano federal e estadual, independentemente de partidos. Operações como a Lava Jato ajudam a explicar os motivos. No caso da Petrobras, contratos firmados com a estatal – que, por um decreto presidencial, não precisa respeitar a lei de licitações – eram superfaturados. Isso permitia que recursos desviados alimentavam uma engrenagem financeira do doleiro Alberto Yousseff, responsável por distribuir recursos para políticos. PT, PP e PMDB faziam o rateio da propina.
As eleições são parte do calendário financeiro das grandes empreiteiras. Em um mercado com alto grau de competitividade, nenhum empresário aplica milhões de reais em um investimento se não tiver perspectiva de obter ganhos ainda maiores. E os números deixam claro que o apoio financeiro aos candidatos compensa: apenas em 2013, e levando em conta somente as obras contratadas pelo governo federal (o que exlui estatais como a Petrobras), essas nove empreiteiras receberam mais de 3 bilhões de reais de dinheiro público.
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Especialmente em áreas mais técnicas e de maiores empreendimentos, é consenso que não bastam bons serviços e um custo adequado para firmar contratos com o governo: é preciso ter intermediários – que, por sua vez, não costumam agir por interesses republicanos. Apesar da infindável lista de escândalos envolvendo obras pública, os corruptores normalmente escapavam ilesos e aptos a firmar novos contratos milionários com o governo. Nesse sentido, a Lava Jato pode estabelecer um marco positivo ao levar acusados de corrupção para a cadeia.
Os custos eleitorais elevados e o papel do Estado como maior tocador de obras no país tornam possível o escambo promíscuo: as empresas dependem do governo para ter grandes lucros e os partidos não conseguem manter suas campanhas sem as vultosas doações empresariais.
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O cientista político Rubens Figueiredo, da Universidade de São Paulo, diz que uma medida estrutural teria um efeito benéfico imediato: diminuir o poder dos governantes. “Os políticos brasileiros do alto escalão estão entre os mais poderosos do mundo. Somos a sétima economia do planeta, temos uma carga tributária de 38%, uma concentração fantástica de recursos no governo federal e um controle pequeno. Esse é ambiente que mais favorece esse tipo de prática de corrupção”, analisa.
Para Figueiredo, a difusão de parcerias público-privadas (PPPs) ajudaria a combater a corrupção: “Seria uma medida espetacular para diminuir drasticamente a possibilidade de corrupção e os valores envolvidos. Porque o Estado seria quase uma agência reguladora dos investimentos privados”, diz ele. Problema: Os políticos que têm poder para alterar esse sistema foram eleitos por ele. E abrir mão do próprio poder não é uma tarefa das mais fáceis para um governante.
1/7(Ueslei Marcelino/Reuters)
2/7(BG PRESS/VEJA)
3/7(Ana Araújo/VEJA)
4/7(Marcos de Paula/Protegido: Estadão Conteúdo)
5/7(Pedro Ladeira/Folhapress)
6/7(Célio Azevedo/Agência Senado/VEJA)
7/7(Reprodução/TV Globo)
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Giro VEJA - 5 de dezembro
A multa da Braskem e a ausência de Lula na posse de Milei na Argentina
A Braskem foi multada nesta terça-feira em mais de 72 milhões de reais pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas. O motivo, de acordo com o órgão, é a suposta omissão de informações e o risco de colapso da mina 18, na região do Mutange, em Maceió. A situação em Maceió, o PIB positivo e a ausência de Lula na posse de Javier Milei na Argentina são os destaques do Giro VEJA.
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