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O raro ponto de convergência entre Arthur Lira e Renan Calheiros

Caciques alagoanos apoiam nome do advogado Eduardo Martins para uma vaga de desembargador no TRF1

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 dez 2023, 09h51

Inimigos figadais há pelo menos uma década, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (Progressistas-AL) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) já brigaram, para ficar apenas nos exemplos mais recentes, pela escolha de ministros no terceiro mandato do presidente Lula, trocaram acusações sobre escândalos de corrupção em Alagoas e agora se digladiam sobre responsabilidades pelo afundamento de uma mina de sal gema explorada pela Braskem no estado.

Um episódio, no entanto, promoveu nos últimos meses um raro ponto de convergência entre os desafetos. Ambos apoiam o nome do advogado Eduardo Martins para se tornar desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um dos mais influentes do país.

Filho do ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins e alagoano como os dois caciques, Eduardo integra uma das duas listas tríplices que serão encaminhadas a Lula para a definição de duas vagas no TRF1 destinadas a candidatos egressos da advocacia.

Ele chegou a ser alvo da Operação Esquema S, que investigava um suposto esquema de tráfico de influência de advogados junto a tribunais superiores, mas o caso foi anulado por completo após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Mendes, aliás, tem simpatia pela postulação do procurador do Distrito Federal Flávio Jardim, que integra uma lista tríplice diferente da de Eduardo Martins. Também entre os padrinhos poderosos dos candidatos a desembargador estão o governador do Pará Helder Barbalho e o ministro das Cidades Jader Filho, que endossam o nome de Diogo Condurú (OAB-PA), e o ex-presidente José Sarney e o ministro do STJ Reynaldo Fonseca, que apoiam o advogado Vicente Viana, que atua em Brasília.

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Lula deve escolher dois nomes para as vagas de desembargador no início do ano. É esperado que até março ele também aponte dois nomes para compor o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – um membro do Ministério Público e um representante da magistratura federal.

Conforme mostrou VEJA, na primeira categoria trabalham para entrar na lista de indicados a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge e o subprocurador-geral Nicolao Dino, irmão do futuro ministro do Supremo Flávio Dino. Na segunda, destacam-se os nomes dos desembargadores Ney Bello (TRF1), Daniele Maranhão (TRF1), Carlos Brandão (TRF1), Rogério Fialho (TRF5) e Rogério Favreto (TRF4) – este último responsável por dar uma ordem – revertida por instâncias superiores – para libertar Lula em um plantão de domingo na Lava-Jato.

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