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O que dizem aliados de Moro para convencê-lo a concorrer a deputado

Apoiadores projetam que o ex-juiz poderia trabalhar desde já para tentar assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 jun 2022, 12h46

Aliados do ex-juiz Sergio Moro tentam convencê-lo a concorrer a uma vaga de deputado na Câmara Federal com o argumento de que, no caso de uma votação histórica, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro poderia dar início a negociações para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, considerada a mais importante da Casa e responsável por dar crivo jurídico a propostas de lei. O posto, com duração de dois anos, funcionaria, dizem interlocutores, como um contraponto ao protagonismo do presidente da República, seja ele Lula (PT) ou Jair Bolsonaro (PL). Em conversas sobre o destino do ex-juiz, protagonista de uma sucessão de reveses políticos que inviabilizaram que ele concorresse à Presidência da República, como planejado, apoiadores contabilizam que na Câmara ele teria de 40 a 50 deputados para uma “bancada morista”.

Três razões principais explicam os motivos pelos quais Moro resiste em aceitar desde já a possibilidade de disputar uma vaga à Câmara pelo União Brasil, como é desejo do partido. Além de alimentar a remotíssima possibilidade de a conjuntura política o devolver de volta à corrida presidencial, o ex-juiz da Lava-Jato acredita que, se topar a empreitada, enfrentará um ambiente de constante hostilidade no meio de centenas de outros parlamentares. Também conta nas avaliações o fato de ele ser pressionado por apoiadores nas redes sociais a não eleger, com sua potencial votação, outros deputados sem qualquer compromisso com pautas voltadas ao combate à corrupção, por exemplo.

Como eventual candidato a deputado pelo Paraná, seu domicílio eleitoral de origem, ele também concorreria com o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), que chefiou a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, e com o ex-governador Beto Richa (PSDB), alvo do então magistrado em uma operação que em 2018 investigou o envolvimento de servidores públicos e empresários para favorecimento de licitações em benefício da Odebrecht.

A despeito dos cálculos feitos por apoiadores, Moro alimenta o sonho de ser candidato ao Senado, mas para isso poderia ter de concorrer contra o senador Alvaro Dias (Podemos), um dos responsáveis por levá-lo para a vida partidária. Nos últimos dias, interlocutores de Dias não descartaram a possibilidade de o parlamentar disputar uma vaga na Câmara, evitando o desgaste de bater chapa com o ex-juiz.

No cenário em que se leva em conta a candidatura de Moro ao Senado, no entanto, há outros percalços no caminho. A legenda é comandada no Paraná pela família Francischini, cujo deputado estadual, Fernando Francischini, foi cassado pela Justiça Eleitoral por espalhar fake news sobre as urnas eletrônicas e virou a mais recente arma de ataque do presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Francischini foi coordenador da campanha bolsonarista em 2018. Para que Moro fosse dispute o Senado pelo Paraná seria necessário que o presidente do União Luciano Bivar impusesse o nome do ex-juiz ao diretório.

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