O programa do governo que é a mina de ouro dos hackers
Criminosos digitais desviaram 1 bilhão de reais dos recursos do auxílio emergencial durante a pandemia
Uma investigação sigilosa da Polícia Federal sobre ataques hackers à Caixa Econômica Federal em 2021 detectou a atuação de criminosos para desviar recursos do auxílio emergencial pagos a famílias carentes na pandemia. Sem disparar um único tiro, o grupo conseguiu amealhar 1 bilhão de reais, segundo a Polícia Federal. O avanço hacker sobre empresas públicas e privadas, destaque da edição de VEJA que chega neste fim de semana às bancas e plataformas digitais.
Endereços eletrônicos brasileiros com a terminação .gov estão entre os principais alvos de programas de computador maliciosos de roubo de senhas, segundo levantamento global da plataforma Darktracer, que monitora ameaças na darkweb. Os líderes brasileiros são os sites da Caixa e do Inep, braço do governo responsável pela Prova Brasil e pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Embora figurem entre os alvos preferenciais de hackers – em todo o mundo foram 1.600 alertas de ameaças contra bancos em 2021 –, não é comum que instituições financeiras informem autoridades policiais sobre tentativas de ataques hackers. Para evitar maiores danos de imagem, em regra elas preferem ter seus próprios departamentos de cibersegurança e combate a fraudes. Só neste ano estão previstos 3 bilhões de reais para o enfrentamento de crimes bancários que envolvam dispositivos digitais. Procurada, a Caixa afirmou que todos os casos envolvendo hackers são tratados de forma sigilosa.