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O intermediário do negociador Valdemar Costa Neto

É o deputado federal Milton Monti (SP), alvo de inquérito da Lava Jato ao lado do manda-chuva do PR

Por Marcelo Rocha Atualizado em 27 jul 2018, 20h46 - Publicado em 27 jul 2018, 20h38

Há uma semana, VEJA revelou detalhes de um depoimento que o colaborador da Operação Lava Jato Pedro Leão Neto, ligado à Odebrecht, prestou à Polícia Federal. O delator relatou como ocorreram, no início de 2007, as negociações do pagamento de propina ao então deputado federal Valdemar Costa Neto, o líder do PR. Era dinheiro desviado de obras da Valec, estatal ligada ao Ministério dos Transportes e responsável pelas obras da Ferrovia Norte-Sul. Pedro Leão disse que nas planilhas da empreiteira o codinome “Polonês” identificava os repasses a Costa Neto. Um total de 4,3 milhões de reais, segundo o inquérito, foi repassado ao manda-chuva do PR entre 2007 e 2008, período em que era investigado no escândalo do mensalão.

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Costa Neto ficou 11 meses na cadeia. De volta às costuras políticas, ele virou um dos principais articuladores do acordo firmado entre o bloco suprapartidário chamado de Centrão e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Embora atue forte nos bastidores, o mensaleiro evita as aparições públicas. Costuma enviar representantes aos encontros. Quem se sentou à mesa no lugar de Costa Neto para o anúncio do acordo nesta quinta-feira 26, com a presença de Alckmin, foi o deputado federal Milton Monti (PR-SP).

Monti é alguém que desfruta da alta confiança do líder do PR. Evidência disso está no inquérito da Lava Jato sobre as irregularidades investigadas na Valec. De acordo com Pedro Leão, após se reunir com Costa Neto no gabinete da Câmara dos Deputados em Brasília, o representante da Odebrecht foi procurado por Monti. Os dois se encontraram em um tradicional café de São Paulo, na avenida Faria Lima, quando o deputado federal reiterou o pedido de propina. O grupo de Costa Neto, segundo o delator, ameaçou retaliar a empreiteira caso os valores não fossem repassados.

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A reportagem entrou em contato com o gabinete e o escritório político de Monti, mas ninguém atendeu a ligação. Foi deixado um recado na secretária eletrônica do telefone celular.

 

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