Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nora de mensaleiro preso na Lava Jato movimentou dinheiro ‘superior ao esperado’

Segundo PF, servidora pública Marcia Danzi Corrêa de Oliveira recebeu, em nome do sogro, o ex-deputado Pedro Corrêa, propina enviada pelo doleiro Alberto Youssef; ex-funcionário o acusa de compra de votos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2015, 17h57

Na 11ª fase da Operação Lava Jato, que levou para a cadeia na última sexta-feira os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), a Polícia Federal encontrou indícios de que a nora de Corrêa, a servidora pública Marcia Danzi Correa de Oliveira, recebeu, em nome do sogro, propina enviada pelo doleiro Alberto Youssef. Laudos periciais em poder da polícia apontam que ela movimentou 1,377 milhão de reais entre 2010 e 2014, recursos, que, segundo os investigadores, são “muito superiores ao esperado”. Marcia tem renda mensal de 7.000 reais como funcionária da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), mas, em depoimento à PF, defendeu que saques de 350.000 reais realizados em suas contas entre 2010 e 2014 são “compatíveis” com sua capacidade financeira.

De acordo com as investigações, 21% dos recursos que passaram pela conta dela foram feitos por depósitos em dinheiro vivo pelo filho do ex-deputado Pedro Corrêa. Aos policiais, Marcia negou ter indicado contas bancárias para que o doleiro Alberto Youssef depositasse propina e disse não ter conhecimento de que Correa havia indicado suas contas para receber dinheiro do esquema, embora ela tenha administrado as contas do sogro depois de ele ter sido cassado, no auge do escândalo do mensalão. A nora do mensaleiro disse que “nem se recorda” das movimentações de suas contas bancárias.

Pedro Corrêa foi condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto no julgamento do mensalão por ter recebido dinheiro em troca de apoio político do PP ao governo Lula. No escândalo do petrolão, é suspeito de ter embolsado 5,3 milhões de reais em suborno para despesas de campanha em 2010. Embora o PP seja apontado como um dos principais partidos que atuavam no esquema de corrupção na Petrobras, o alto valor da propina paga ao ex-congressista chamou atenção até do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores do escândalo que envolve a Petrobras. “[Era] um repasse extraordinário, pois não era comum que um único parlamentar do PP recebesse uma quantia dessa monta do caixa de propinas do PP”, disse o ex-diretor.

Em outro depoimento colhido pelos policiais, o ex-funcionário de Corrêa, Jonas Aurélio de Lima Leite, que trabalhava no haras Fazenda Nova, de propriedade do mensaleiro, diz que o ex-deputado comprou votos no município de Brejo da Madre de Deus (PE), pagando contas de energia elétrica, água, combustíveis, além de providenciar peças de veículos e materiais de construção para os eleitores. Não há indicação de qual eleição se trata. Quando deixou de trabalhar no haras, em 2013, Leite diz ter levado os documentos que comprovam a compra de votos porque pretendia “denunciar as falcatruas” do ex-parlamentar.​

Pedro Corrêa cumpria pena no interior de Pernambuco, com autorização para trabalhar como médico durante o dia e retornar à noite para a cadeia. O ex-parlamentar, porém, foi alvo de pedido de prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos sobre o escândalo do petrolão na primeira instância, e acabou transferido para Curitiba.

Continua após a publicidade

Leia também:

Empresa do irmão de Vargas faturou R$ 50 milhões com a Caixa

Na CPI, Vaccari expõe nervosismo e admite encontros com Duque e Barusco

Propina da Lava Jato causou prejuízo de até R$ 6 bi, diz jornal

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.