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No Rio, Paes vai exonerar dois secretários para votarem em Baleia Rossi

Prefeito do DEM faz movimento para beneficiar candidato apoiado por Rodrigo Maia a presidente da Câmara contra nome escolhido por Bolsonaro

Por Cássio Bruno Atualizado em 25 jan 2021, 16h44 - Publicado em 25 jan 2021, 16h42

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), vai exonerar até a próxima sexta-feira, 29, dois de seus 23 secretários municipais: Pedro Paulo Carvalho (Fazenda e Planejamento) e Marcelo Calero (Governo e Integridade Pública). Ambos são deputados federais e irão participar da eleição do novo presidente da Câmara à sucessão de Rodrigo Maia (DEM). Carvalho, do DEM, e Calero, do Cidadania, votarão em Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado por Maia. Em seguida, a dupla retorna aos cargos na prefeitura. Nos bastidores do Palácio do Planalto, no entanto, a atitude de Paes não é vista com bons olhos. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer emplacar Arthur Lira (PP-AL).

O movimento de Eduardo Paes acontece na semana seguinte ao encontro promovido pelo governador Cláudio Castro (PSC), no Palácio Guanabara. Castro reuniu 22 dos 46 parlamentares da bancada federal fluminense para reforçar a candidatura do deputado Arthur Lira. Bolsonaro apoiou a tentativa de reeleição do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que perdeu a disputa para Paes. Em 22 de dezembro do ano passado, Crivella foi preso por suspeitas de corrupção. Hoje, ele está em prisão domiciliar. Já Paes teve Rodrigo Maia como um dos principais articuladores na eleição da cidade.

“Não havia a necessidade de o Paes mandar dois deputados de volta para Brasília para votar contra o candidato do presidente Bolsonaro. Parece provocação. A prefeitura não precisava se meter neste processo. Isso está gerando irritação, um desgaste”, confidenciou um aliado bolsonarista a VEJA que preferiu não se identificar. Durante a campanha eleitoral, o mantra de Paes era o de manter um bom relacionamento tanto com Bolsonaro quanto com Cláudio Castro para unir as três esferas de governo (federal, estadual e municipal).

Antes de assumir como prefeito, em 15 de dezembro, Paes e Bolsonaro se encontraram em Brasília. Os dois conversaram por cerca de uma hora no Palácio do Planalto. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente denunciado pelo Ministério Público pela prática de “rachadinha” em seu gabinete quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), participaram do encontro.

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Cinco dias depois, o prefeito Eduardo Paes esteve com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para um acordo sobre a vacina contra o coronavírus. O clã Bolsonaro não gostou da aproximação dos dois. Doria será possivelmente adversário de Bolsonaro em 2022. No DEM, por sua vez, a expectativa é a filiação do apresentador de TV, Luciano Huck, podendo concorrer ou não à eleição presidencial.

“Eu votarei no Baleia Rossi por orientação do meu partido, o Cidadania. A participação do prefeito Eduardo Paes neste episódio é nula. Será uma eleição que pode definir o futuro do Brasil e não vamos ficar de fora. O Baleia representará uma Câmara independente, que não será cooptada pelo Poder Executivo”, afirmou Marcelo Calero a VEJA.

O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PSL-RJ) ressalta que a atitude de Eduardo Paes só reforça que ele não é um aliado de Bolsonaro. “A relação é meramente institucional, mas não há inimizade ou rusgas, por enquanto. Mas, evidentemente, (as exonerações) é um sinal claro de que o Paes está do lado de Rodrigo Maia e não do presidente”, disse o parlamentar.

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