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No Rio, Castro mantém secretários que tiveram aval do clã Bolsonaro

Governador iniciou reformulação no primeiro escalão de sua gestão para atrair apoio à eleição de 2022

Por Cássio Bruno 31 Maio 2021, 17h54

Pelo menos por enquanto, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), não fará mudanças na área de Segurança Pública de sua gestão. Desde a última sexta-feira, 28, Castro tem feito uma série de trocas no secretariado. O objetivo é atrair o maior número de partidos políticos que possam apoiá-lo na tentativa de reeleição, em 2022. No entanto, Castro manterá nos cargos os secretários de Polícia Civil, Alan Turnovsky, e da Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo. A informação foi confirmada a VEJA pelo próprio governo fluminense nesta segunda-feira, 31. Os nomes de Turnovsky e Figueiredo tiveram o aval do clã Bolsonaro e vão continuar no primeiro escalão. Na semana passada, a Civil pôs sob sigilo as informações referentes às suas operações, incluindo a chacina do Jacarezinho, que vitimou 27 pessoas.

Desde quando assumiu oficialmente o lugar do ex-governador Wilson Witzel (PSC), Cláudio Castro abriu as portas do Palácio Guanabara para os bolsonaristas. A ideia é agradar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, assim, conseguir com que ele apoie sua campanha no ano que vem. Na última quarta-feira, 26, Bolsonaro participou da solenidade de filiação de Castro no PL, partido do chamado Centrão, aliado do governo federal e comandado pelo ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto, condenado e preso no esquema do mensalão durante o governo Lula (PT). No início do mês, o presidente também se reuniu com Castro no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, sinalizando uma aproximação.

O principal elo entre o clã presidencial e Claudio Castro é o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho mais velho do presidente. O braço-direito do parlamentar no governo do Rio é o amigo e advogado Alan Belaciano, conforme revelou VEJA na edição impressa desta semana. Nos bastidores, Belaciano teria influenciado na nomeação de uma das filhas de Fabrício Queiroz. No entanto, a medida foi revogada dois dias depois de Queiroz ter sido flagrado dentro de um carro no estacionamento do Palácio Guanabara. Queiroz é ex-assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando ele era deputado estadual. Procurado, Belaciano negou a indicação para a contratação de Evelyn Melo de Queiroz. O pai dela foi denunciado pelo Ministério Público e preso por suspeita de ser o operador do esquema da rachadinha (quando o parlamentar fica com parte do salário do funcionário) no gabinete do hoje senador.

Também ligado a Flávio Bolsonaro, o secretário estadual de Planejamento, José Luís Zamith, continuará na função. Com o troca-troca no secretariado, Cláudio Castro tem na base de apoio partidos como PP, Solidariedade, Republicanos, Avante, DEM, PSL e MDB, além do PL. Uma das principais mudanças ocorreu na Secretaria estadual de Governo, agora sob o comando do deputado estadual Rodrigo Bacellar (Solidariedade). Ele foi relator do processo de impeachment de Witzel. Bacellar assumiu o lugar de André Lazaroni, ex-deputado estadual que deverá ser realocado na pasta de Esportes. Castro decidiu retornar o status de secretaria para subsecretaria de Vitimados, sendo nomeada a tenente-coronel da Polícia Militar, Pricilla Azevedo. O governador criou ainda a Secretaria estadual de Envelhecimento Saudável e entregou a Antônio Pedregal, ex-deputado estadual e ex-integrante dos governos Anthony Garotinho e Sérgio Cabral.

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De olho na pré-campanha de reeleição, o governador montou um núcleo de conselheiros políticos composto por seis pessoas. São elas: Rodrigo Bethlem (ex-coordenador de campanha do ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella e alvo da Operação Ponto Final, em 2017), Indio da Costa (ex-deputado federal e preso em uma operação da Polícia Federal contra um suposto esquema de fraude nos Correios, em 2019), Rodrigo Abel (chefe de gabinete, ex-presidente da Juventude do PT e ex-integrante do grupo político do ex-ministro José Dirceu), Fernando Cezar Hackme (policial civil e assessor) e o deputado federal Altineu Côrtes (presidente regional do PL), além de Bacellar.

A estratégia do grupo político de Castro é fazer com que até o ano que vem o governador entregue o máximo possível de obras de infraestrutura e projetos sociais em todo o estado para atrair eleitores. Além disso, os conselheiros trabalham em análises de pesquisas de intenção de votos e buscam caminhos para Castro se tornar mais conhecido da população fluminense, entre outras tarefas. Ex-vereador, Castro é investigado pelo Ministério Público por suspeita de ter recebido propina de uma empresa que tinha contratos milionários com o governo. Ele sempre negou as acusações.

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