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Negociata revelada por VEJA é citada no pedido de prisão de Cerveró

Reportagem revelou em setembro que ex-diretor morou em apartamento que estava no nome de offshore no Uruguai. Para MP, ele tentava ocultar bens

Por Daniel Haidar, de Curitiba
14 jan 2015, 15h06

Entre as razões que levaram o Ministério Público a pedir a prisão do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró está uma negociata revelada por VEJA em setembro do ano passado. A reportagem mostrou que Cerveró morou por cinco anos em um imóvel de 7,5 milhões de reais na Rua Nascimento Silva, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. O apartamento, porém, estava registrado em nome de uma offshore domiciliada no Uruguai. Para os investigadores, a ocultação do verdadeiro dono da residência era uma estratégia de lavagem de dinheiro. Os investigadores basearam-se na negociata para caracterizar o crime de lavagem de dinheiro na conduta de Cerveró.

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As provas citadas pelos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato para pedir a prisão do ex-diretor da estatal, a que o site de VEJA teve acesso, incluem ainda a tentativa de transferência de 463.000 reais de Cerveró para a filha Raquel Cuñat em 16 de dezembro. Na data, o ex-diretor ligou para a gerente de sua agência, localizada na Rua da Assembleia, para solicitar que um fundo de previdência privada fosse integralmente resgatado. A funcionária alertou que ele perderia mais de 100.000 reais pelo resgate antecipado, mas, ainda assim, o ex-diretor insistiu e concluiu a transação, sob a justificativa de que o dinheiro serviria para a filha investir em previdência privada.

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Cerveró só tentou, ainda que sem sucesso, sacar o dinheiro da previdência privada dois dias depois de ser denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, ele recebeu cerca de 53 milhões de reais em propina por facilitar contratos intermediados pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, com a Samsung Heavy Industries.

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A polícia detectou também outras situações em que Cerveró colocou bens em nome dos filhos. Ele transferiu a propriedade de dois apartamentos na Rua Prudente de Moraes, em Ipanema, para os filhos Bernardo e Raquel. E transferiu um apartamento na Rua Visconde de Pirajá para o filho Bernardo. Embora cada um dos três imóveis valesse mais de 1 milhão de reais, as transferências foram documentadas pelo valor total de 1,1 milhão de reais, uma cifra considerada fictícia pelos investigadores.

Depois de listar tantas tentativas de blindagem patrimonial, os policiais argumentaram à Justiça que a prisão preventiva do ex-diretor era necessária para garantir o ressarcimento de 153 milhões de reais aos cofres públicos, pretendido na ação penal já apresentada contra Cerveró, e para evitar que ele fugisse para o exterior. “Tais fatos demonstram que o investigado vem adotando medidas no sentido de ‘blindar’ seu patrimônio, evitando assim que os bens sejam atingidos”, diz o relatório da Polícia Federal.

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A prisão preventiva de Cerveró foi decretada no dia 1º de janeiro pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, plantonista do recesso de fim de ano. Mas, como Cerveró estava no Reino Unido, a ordem só foi cumprida por volta de 0h30 desta quarta-feira.

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