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Negociação da Delta se apoia na certeza de aval da CGU

Conforme revela VEJA desta semana, dos dois lados do negócio, há convicção de que construtora não será declarada inidônea após investigação

Por Da Redação
13 Maio 2012, 13h07

Quis o destino — e o escândalo de Carlinhos Cachoeira — que fossem entrelaçados os caminhos de dois dos grupos empresariais que mais floresceram nos anos Lula. A J&F Participações, holding controladora do frigorífico JBS-Friboi, assumirá a administração da construtora Delta. A transação não envolverá dinheiro. A empreiteira afirma ter 4 bilhões de reais em um total de 300 contratos com a União, estados e municípios. É a construtora que mais possui obras do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento. O valor pode virar pó caso a Controladoria-Geral da União (CGU) considere a empresa inidônea, por causa das suspeitas de corrupção e superfaturamento. A J&F, presidida pelo empresário Joesley Batista, fará uma auditoria antes de selar o negócio. Se a transação seguir adiante, outra auditoria será feita dentro de seis anos. O eventual lucro definirá os valores da negociação. Fernando Cavendish, da Delta, ficará com 15% do resultado.

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Cavendish, portanto, sai sem nada do negócio num primeiro momento. Mas ele tem dinheiro no Brasil e no exterior que lhe garantirá uma vida confortável nos próximos anos. A J&F se comprometeu a pagar os custos dos processos em que a Delta e Cavendish estão envolvidos, além de manter a maioria dos 35 000 funcionários da empreiteira. Há nos dois lados do negócio a convicção de que a CGU não declarará a empresa inidônea. A presença nas negociações do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, atual presidente do conselho consultivo da J&F, reforça essa certeza. Uma das primeiras medidas da J&F será mudar o nome da empreiteira.

De um frigorífico modesto de Goiás, o JBS subiu ao posto de maior empresa de processamento de carnes do mundo. O grupo controla ainda as marcas Vigor, de laticínios, e Flora, de produtos de higiene, além do banco Original. Está também erguendo a maior fábrica de celulose a partir de eucalipto do mundo, a Eldorado. Todas as grandes tacadas do JBS tiveram o apoio financeiro do BNDES. O banco público já despejou arrobas e mais arrobas de reais nos cofres dos Batista. No total, entre empréstimos e participações acionárias, foram cerca de 10 bilhões de reais. A BNDESPar, a subsidiária do banco para investimentos em empresas, é dona de 31,4% do JBS. Como o valor de mercado do JBS hoje é de 22 bilhões de reais, a participação do banco na empresa vale menos de 7 bilhões de reais. O BNDES informou que não teve nenhuma interferência na compra da Delta. O negócio, diz o banco, foi feito diretamente pela holding da família Batista, a J&F, e não interferirá nos resultados do JBS.

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