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‘Não adianta pressão, não’, diz Major Olimpio sobre CPI da Lava Toga

Líder do PSL afirma que senadores vão 'até as últimas consequências' pela instalação de comissão para investigar 'condutas ímprobas' de membros do STF

Por André Siqueira 10 set 2019, 20h43

Mesmo pressionado pelo próprio partido, o senador Major Olimpio (PSL-SP) afirma que não irá retirar a sua assinatura do requerimento para instalação da CPI da “Lava Toga”, como ficou conhecida a comissão que visa investigar “condutas ímprobas, desvios operacionais e violações éticas por parte de membros do Supremo Tribunal Federal e de tribunais superiores do país”.

“Não adianta pressão, não. Nós vamos firme para cima disso”, diz o líder do PSL no Senado. “Jamais vou retirar uma assinatura de uma CPI, quando a população está exigindo (a sua instalação)”, acrescenta. Na avaliação de Olimpio, se “a metástase cancerígena da corrupção que acabou se alastrando pelo Judiciário” não for enfrentada, “tudo pode ser jogado fora, a Lava Jato pode ser só história, sem culpados ou punidos”.

A pressão pela retirada de assinaturas tem gerado uma queda de braço nos bastidores do PSL. Como revelou a coluna Radar, a senadora Selma Arruda (MS) está avaliando sair do partido “devido a divergências políticas internas, entre elas a pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava Toga”. Se deixar a legenda, seu destino deve ser o Podemos.

Dos quatro senadores que compõem a bancada do presidente Jair Bolsonaro no Senado, apenas Flávio Bolsonaro (RJ) não assinou a petição idealizada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O filho do presidente da República, aliás, é apontado como o principal articulador contra a criação da CPI. No entanto, nas redes sociais, o PSL divulgou uma nota, na qual o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE) afirma que a retirada de assinaturas foi solicitada por ele. Para Bivar, a instauração da CPI “não agregaria harmonia dos Poderes, especialmente neste momento em que o país passa por importantes reformas”.

Quem também é contra a instalação da comissão é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na segunda-feira 9, ele disse que “é assegurada na Constituição a proibição da investigação do Poder Judiciário”. Esta é a terceira tentativa dos parlamentares de criar a CPI da Lava Toga. O pedido ainda não foi oficialmente protocolado porque, com a retirada da assinatura da senadora Maria do Carmo (DEM-SE), não há mais as 27 assinaturas necessárias.

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Flávio Bolsonaro é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito que apura o suposto desvio de dinheiro em seu gabinete quando ainda era deputado estadual. As movimentações atípicas foram identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Em julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli suspendeu todas as investigações a respeito de Flávio e seu ex-assessor Fabrício Queiroz baseadas no compartilhamento de dados bancários e fiscais com o Ministério Público sem autorização do Poder Judiciário.

Apesar da pressão do PSL, Major Olimpio afirma que nenhum dos três senadores irá mudar de posicionamento. O líder do partido também nega que tenha sido procurado diretamente por Flávio Bolsonaro. “Eu e as duas senadoras do partido (Selma Arruda e Soraya Thronicke) assinamos esse requerimento de CPI de forma consciente e responsável, sendo sabedores que esta é a única forma de passar a limpo o Supremo Tribunal Federal. Não vamos retirar as assinaturas e, ao contrário, nós estamos estimulando novos parlamentares, de outros partidos, a também assinarem esse pedido de CPI”, diz.

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Ato pela CPI da Lava Toga

Nesta terça-feira, 10, um grupo de 14 senadores, do grupo “Muda Senado, Muda Brasil”, se reuniu para convocar uma manifestação a favor da criação da CPI para o dia 25 de setembro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Entre eles estavam os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Jorge Kajuru (Patriota-GO), Alvaro Dias (Podemos-PR), Marcos do Val (Podemos-ES) e Leila Barros (PSB-DF).

No Twitter, a hashtag #LavaTogaJá se manteve entre os assuntos mais comentados ao longo do dia. A CPI também recebeu o apoio da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP). Em seu perfil no Twitter, a deputada mais votada da história do país afirmou que “a CPI da Lava Toga não é contra o Poder Judiciário! É a favor! O Judiciário é muito importante, por isso a CPI é necessária! Eu apoio os Senadores que pedem a CPI! Muda Senado, Muda Brasil!”.

Reunião definiu convocação de ato em apoio à CPI para o dia 25 de setembro (Reprodução/Reprodução)

 

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