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Na mira de CPI, amigo de Lula tenta se desvincular de negócio sob suspeita

Pecuarista José Carlos Bumlai reforça que não é ele, mas seus filhos, que comandam usinas que teriam sido beneficiadas por desvio de conduta do BNDES

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 nov 2015, 16h30

Convocado a dar explicações sobre as suspeitas de tráfico de influência e de favorecimento em contratos firmados pelo BNDES, o pecuarista José Carlos Bumlai, por meio de sua defesa, enviou documento à CPI que investiga fraudes no banco de fomento em que reforça que são seus filhos – e não ele – os proprietários de empresas investigadas pelos parlamentares: as usinas São Fernando Energia 1 e São Fernando Açúcar e Álcool, localizadas em Dourados, no Mato Grosso do Sul. O argumento, porém, não convenceu os membros do colegiado. O pecuarista, amigo do ex-presidente Lula, é alvo da Operação Lava Jato.

As usinas que envolvem o parceiro de Lula, conforme mostrou reportagem da Folha de S. Paulo, foram beneficiadas por um desvio de norma do BNDES que permitiu um aporte de 101,5 milhões de reais em suas contas, embora as empresas não tenham apresentado condições de honrar com o empréstimo. O grupo São Fernando, à época, amargava uma dívida de 1,2 bilhão de reais e suas auditorias levantavam dúvidas sobre a “capacidade de continuidade” da empresa.

Em documento enviado à CPI na última quarta-feira e obtido pelo site de VEJA, a defesa de Bumlai afirmou que Guilherme de Barros Bumlai é diretor estatuário das usinas e que o pecuarista “não é e nem nunca foi proprietário, acionista ou gestor do grupo São Fernando, seja na Energia 1, seja na Açúcar e Álcool ou em qualquer outra empresa do grupo”. “A São Fernando Energia 1 e a São Francisco Açúcar pertencem e são administradas por seus filhos. José Carlos Bumlai não é nem mesmo avalista dos contratos dos empréstimos realizados em nome dessas empresas”, continua o documento, assinado em nome das usinas São Fernando Energia 1 e São Fernando Açúcar e Álcool.

A manifestação da defesa de Bumlai causou estranheza em membros da CPI, já que foi protocolada sem estar vinculada a um questionamento específico, e foi vista como uma possível estratégia para evitar a ida dele ao colegiado.

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O documento foi enviado às vésperas de o pecuarista sentar-se à tribuna da CPI justamente para dar explicações justamente sobre os benefícios que recebeu do banco. A audiência está prevista para a tarde desta terça-feira, mas ainda depende de uma decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em relação a recurso apresentado pelo PT contra a convocação do empresário. Ao site de VEJA, Cunha disse que ainda não tem uma posição sobre essa questão de ordem.

Lava Jato – Além das suspeitas em negócios firmados com o BNDES, também recai sobre o pecuarista a acusação de ter recebido 2 milhões de dólares em propina paga pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. Em acordo de delação premiada firmado no âmbito da Lava Jato, o operador do PMDB afirmou que uma nora de Lula seria o destino final do dinheiro. A convocação de Bumlai na CPI foi alvo de dura obstrução de parlamentares do PT e do PMDB.

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