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Na CPI, Perillo defende aliados ligados a Cachoeira

Governador de Goiás não enfrentou grandes pressões na comissão - e aproveitou para atacar o radialista que o acusa de fraude

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jun 2012, 14h04

O depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), à CPI do Cachoeira pode ser classificado até agora como morno – o tucano não enfrentou grandes pressões com os questionamentos do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), ou dos demais parlamentares. E aproveitou para sair em defesa de seus auxiliares, como o ex-procurador-geral de Goiás, Ronald Bicca, e o secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, apontado como “menino de ouro” do contraventor Carlinhos Cachoeira. Acompanhe ao vivo a fala do governador.

Por ora, o único alvo da artilharia do tucano foi o radialista Luiz Carlos Bordoni, que recebeu regularmente 33 000 reais para coordenar serviços de rádio na campanha de Perillo, conforme declaração na Justiça Eleitoral, mas que denuncia ter recebido outros 45 000 reais na conta de sua filha, Bruna Bordoni, pela empresa fantasma Alberto&Pantoja, ligada a Cachoeira. “Cabe ao acusador o ônus da prova. Ele [Bordoni] terá oportunidade de comprovar na Justiça se recebeu esses recursos”, comentou.

No depoimento que presta desde às 10h30 à CPI, Perillo negou o loteamento do governo com indicações de Cachoeira e defendeu, por exemplo, o ex-presidente do Detran loca. O presidente do PTdoB em Goiás, Edivaldo Cardoso de Paula, aliado histórico de Cachoeira, foi alçado à presidência do Detran em Goiás e, conforme a Polícia Federal, recebia uma mesada do contraventor. “Edivaldo Cardoso foi escolhido como representante do PTdoB, por mim. Em gesto de gratidão e pela sua qualificação resolvi convidá-lo para a presidência do Detran. Em tempo algum me apresentou qualquer pedido de interesse ou favorecimento de qualquer pessoa”, disse. Apesar da escolha do representante do PTdoB, Perillo afirmou que sua administração leva em conta critérios da meritocracia e ficha limpa para indicações a autarquias governamentais. “Todos os gerentes da administração pública são escolhidos pelo critério da meritocracia. Ninguém entra no serviço público de Goiás sem que se observem os critérios da Lei da Ficha Limpa”, afirmou.

Aos parlamentares, o governador também defendeu o ex-procurador-geral do estado, Ronald Bicca, que aparece em grampos da Polícia Federal e admite conhecer Carlinhos Cachoeira. “É um procurador respeitadíssimo nas procuradorias de todo o Brasil, com trânsito livre com vários ministros de tribunais superiores. Tenho muita confiança em Ronald Bicca”, afirmou.

De acordo com investigação da PF, integrantes do bando de Cachoeira discutiram a locação de um imóvel para um procurador que eles chamam de Ronald. O então representante do Ministério Público também era acionado pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) para atender os interesses do bicheiro. “Todas as decisões dele [Bicca] foram muito sérias, sensatas e amparadas. Ele sabia que jamais poderia atender ou fazer qualquer advocacia administrativa para quem quer que fosse. Não tenho elementos para questionar sua conduta moral”, declarou Perillo.

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O secretário do governo tucano, Alexandre Baldy, e o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, também tiveram suas reputações defendidas pelo governador. “Se Alexandre Baldy é o menino de ouro de Cachoeira eu não sei, mas o nosso é. É um jovem talentoso, extremamente competente, bem relacionado, um empresário bem sucedido que está me ajudando a garantir sucesso na atração de novos investimentos para Goiás”, disse.

Sobre Rincón, Perillo chegou a desafiar que seja comprovada qualquer fraude em obras ou pagamento de propina dentro da agência de transportes. “Desafio qualquer pessoa no Brasil, qualquer consultoria que seja a provar qualquer obra dirigida, conluio de empreiteira, qualquer acordo ou propina paga no meu governo”, afirmou. “Não há um ato da agência de transportes que não seja absolutamente regular”, completou o governador.

O homem de confiança de Perillo, Lúcio Fiúza, que atuou como representante do tucano na venda mal explicada da casa que o governador tinha em um condomínio de Goiânia, também ganhou defesa do político goiano, embora tenha sido exonerado na última semana. “É uma grande injustiça [dizer que foi exonerado por ter sido citado na operação Monte Carlo]. Exonerei na última semana todos os assessores especiais porque grande parte serão candidatos a prefeito ou vereador. Quando o procurei recentemente para voltar ao governo, ele disse que não quer mais, que está cansado e doente”, disse Perillo.

Acompanhe ao vivo o depoimento de Marconi Perillo à CPI do Cachoeira:

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