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Músico retira queixa de agressão contra Eduardo Paes

Casal que acusava o prefeito do Rio informou à polícia não ter interesse em seguir com a representação. Bernardo Botkay e sua namorada querem agora que os xingamentos e os socos sejam "analisados na esfera política"

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 Maio 2013, 16h25

O músico Bernado Botkay, que xingou o prefeito Eduardo Paes na madrugada de domingo e foi agredido pelo alcaide, retirou a queixa por lesão corporal leve que havia feito na 15ª DP (Gávea). Ele e a namorada, Ana Maria Bonjour, afirmaram, esta tarde, que “desistiram de representar contra o prefeito”, por entenderem que o episódio deve “tomar o caminho de uma discussão política, não criminal”. O casal foi à delegacia com uma carta, lida momentos antes de os dois prestarem depoimento e formalizarem a desistência ao delegado Orlando Zaccone, titular daquela unidade.

Eduardo Paes se envolve em briga em restaurante

“Quero deixar claro que tenho convicção de que um insulto verbal, que eu fiz, não justifica, para mim, uma violência física”, afirmou Botkay, conhecido como Botica. “Renunciamos ao direito de representação porque, para nós, é uma questão que deve ser discutida na esfera política, não na criminal. Não interessa criminalizar e castigar mas refletir o que provocou nossa ação e a reação do prefeito”, disse Ana Maria.

O casal tenta, assim, transformar uma atitude estúpida – xingar deliberadamente uma autoridade e sua família em um momento privado de lazer – em um protesto político. Paes pediu desculpas pelo ato impensado – e igualmente inaceitável; Botkay disse ao jornal O Globo não estar arrependido.

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A carta que o músico e a namorada levaram é um manifesto. Diz basicamente que xingar é feio, mas que é mais feio bater. Acusa o prefeito de “elitizar” a cidade e de “expulsar os pobres”. Tem também algum tom pacifista: “O xingamento, por mais que seja chulo, ainda é linguagem, e deve ser respondido como linguagem, não com os punhos”. Se a ideia era protestar, ainda não deu certo: o episódio ficou conhecido até agora como “o xingamento e o soco”, nada mais sobre o governo de Paes.

O delegado Zaccone explicou que, no caso de crimes de menor potencial ofensivo, é possível desistir de encaminhar o processo de investigação. “Em alguns crimes o estado transfere para a vítima a disponibilidade para a ação. A lesão corporal leve é uma delas”, explicou o delegado. “Eles manifestaram a vontade de que isso não seja processado. Vamos encaminhar isso ao Juizado Especial Criminal para que seja arquivado. O estado não pode prosseguir em crimes nos quais a vítima é autorizada a desistir da ação”, esclareceu.

Para um homem público, os danos são inevitáveis. Eduardo Paes mereceu nota do New York Times, que destacou críticas contra a “especulação imobiliária” por parte do músico.

Dentro do PMDB, no entanto, há duas leituras. Sérgio Cabral, governador do Rio e padrinho político de Paes, criticou o ato publicamente. Já o presidente regional do partido, Jorge Picciani disse ao jornal Estado de S. Paulo que o prefeito deveria ter sido ainda mais agressivo. “Eduardo disse que, se pudesse voltar atrás, teria segurado a agressividade. Respondi que ele agiu certo e que o soco deveria ter sido direto no meio do rosto”, afirmou. Picciani é bom de briga, mas não se elegeu senador e, no momento, assume a posição de “batedor” do PMDB, atacando a candidatura de Lindbergh Farias (PT) ao governo do estado e dando declarações fortes.

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