MST acampa na entrada da Assembleia de MG em apoio a Pimentel
Grupo de manifestantes pressiona deputados a não votarem pela abertura da ação penal contra o governador na Operação Acrônimo
Cerca de 400 manifestantes montaram acampamento na entrada da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na manhã desta segunda-feira para acompanhar a discussão do processo contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Os manifestantes ocuparam o espaço externo da Assembleia para pressionar os deputados a não votarem pela abertura da ação penal contra o governador no âmbito da Operação Acrônimo, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na última sexta-feira, o ministro do STJ Herman Benjamin já havia emitido uma decisão que suspendia a tramitação do pedido de abertura na Assembleia devido a três deputados da oposição terem alegado que não tiveram acesso aos documentos da investigação na íntegra. Com a suspensão, os deputados Gustavo Corrêa (DEM), Gustavo Valadares (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT) têm cinco dias para receber as informações solicitadas.
A investigação se encontrava no STJ devido ao governador ter foro privilegiado, mas conforme decisão do próprio STJ no dia 5 de outubro, cabe à Assembleia deliberar sobre o caso.
LEIA TAMBÉM:
Pimentel é investigado pela Acrônimo por um suposto esquema de corrupção envolvendo a liberação de empréstimos do BNDES e outros atos em troca de pagamento de propina na época em que era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio no governo Dilma Rousseff.
Em maio, o governador foi denunciado pela Procuradoria da República. O Ministério Público atribui a ele os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, Pimentel foi beneficiário de propina de 2 milhões de reais para favorecer a Caoa, entre 2011 e 2014 – primeiro mandato de Dilma. O governador e a empresa negam qualquer irregularidade.
Pimentel também foi acusado, em delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, de receber 20 milhões de reais do Grupo Caoa. Desse total, segundo o delator, 7 milhões de reais foram repassados diretamente a Pimentel no exterior e o restante teria sido usado durante a campanha.