MPT investiga construtora por irregularidades no contrato de operários
A Salvatta Engenharia é suspeita de ter registrado funcionários depois de iniciada a obra, além de tê-los exposto à falta de segurança
Por Mariana Zylberkan
3 set 2013, 16h03
Veja.com Veja.com/VEJA.com
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1/28 Bombeiros encontram 10ª vítima de desabamento e encerram buscas nesta quinta-feira(29) (Adriano Lima/Brazil Photo Press/Folhapress/VEJA)
2/28 Bombeiros encontram 10ª vítima de desabamento e encerram buscas (Adriano Lima/Brazil Photo Press/Folhapress/VEJA)
3/28 Equipes do Corpo de Bombeiros retiram penúltimo corpo encontrado do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quinta-feira (29) (Peter Leone/Futura Press/VEJA)
4/28 Equipe do Corpo de Bombeiros continua as buscas pelas vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quinta-feira (29) (Ivan Pacheco/VEJA)
5/28 Equipe do Corpo de Bombeiros continua as buscas pelas vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quinta-feira (29) (Ivan Pacheco/VEJA)
6/28 Equipe do Corpo de Bombeiros continua as buscas pelas vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quinta-feira (29) (Ivan Pacheco/VEJA)
7/28 Equipe do Corpo de Bombeiros trabalha na Avenida Mateo Bei, na zona leste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (29), no local em que um prédio em obras desabou, deixando pelo menos 8 mortos (Werther Santana/Estadão Conteúdo/VEJA)
8/28 Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o resgate das vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (28) (Peter Leone/futura Press/VEJA)
9/28 Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o resgate das vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (28) (Peter Leone/futura Press/VEJA)
10/28 Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o resgate das vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (28) (Peter Leone/futura Press/VEJA)
11/28 Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o resgate das vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (28) (Alex Falcão/Futura Press/VEJA)
12/28 Equipes do Corpo de Bombeiros continuam o resgate das vítimas do desabamento de um prédio em construção na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP), nesta quarta-feira (28) (Alex Falcão/Futura Press/VEJA)
13/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Davi Ribeiro/Fotoarena/Folhapress/VEJA)
14/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Luiz Carlos Murauskas/Folhapress/VEJA)
15/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Luiz Carlos Murauskas/Folhapress/VEJA)
16/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Nacho Doce/Reuters/VEJA)
17/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress/VEJA)
18/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress/VEJA)
19/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Cristiano Novais/Sigmapress/Folhapress/VEJA)
20/28 Prédio em construção desaba e deixa cerca de 15 vítimas sob escombros na manhã desta terça-feira (27), na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP) (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
21/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo (Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress/VEJA)
22/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
23/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
24/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
25/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
26/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
27/28 Um prédio em construção desabou na manhã desta terça-feira (27) em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, há cerca de 15 vítimas, entre pessoas presas nos escombros e atingidas nas ruas (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
28/28 Prédio em construção desaba e deixa cerca de 15 vítimas sob escombros na manhã desta terça-feira (27), na Avenida Mateo Bei em São Mateus, na zona leste de São Paulo (SP) (Wesley Rodrigo/Futura Press/VEJA)
A Salvatta Engenharia está sendo investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo por irregularidades no contrato firmado com os operários que atuavam na obra que desabou no bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, em 27 de agosto. A empresa nega as acusações. O colapso consequente de uma obra irregular deixou dez trabalhadores mortos e 26 feridos.
Segundo a Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, que ouviu os operários nesta segunda-feira, a Salvatta assinou a carteira de trabalho dos contratados depois de iniciada a obra, além de obrigá-los a fazer hora extra, inclusive no período noturno, sem remuneração.
Procurada, a Salvatta Engenharia disse, através de nota oficial enviada por assessoria de imprensa, que nenhum funcionário foi contratado especificamente para esta obra, pois a maioria deles já era registrada há três anos. “Todos os funcionários sempre trabalharam dentro do horário normal estabelecido pelas leis trabalhistas, recebendo seus direitos, e com os equipamentos de segurança.”
Riscos – A denúncia mais grave diz respeito à falta de segurança do local de trabalho. Segundo a procuradoria, um dos principais indícios de que os operários foram expostos ao perigo é a constatação, pela perícia, de que a estrutura da laje da construção era frágil demais para suportar os cerca de 3 000 tijolos lá armazenados dias antes de tudo vir abaixo.
Nota oficial da Salvatta diz que a empresa nunca detectou qualquer problema na estrutura do prédio e, mesmo se tivesse, nunca permitiria que seus funcionários permanecessem no local e teria interrompido os trabalhos. Além disso, a empresa revelou que foram colocados 1 800 tijolos sobre a laje, e não 3 000, conforme alega o MPT. “Os tijolos no andar superior eram do tipo cerâmico furado (que são leves), e não passaram de 1 800 peças, distribuídas em divisórias iniciadas conforme projeto arquitetônico, o que jamais poderia ser fator do colapso.”
A construtora levantou a hipótese de o desabamento ter sido provocado por falhas no solo, pois no terreno funcionava, anteriormente, um posto de gasolina. “Não sabemos se o proprietário retirou os tanques e se houve a devida compactação.”
A Salvatta afirma ainda que espera o resultado da perícia para avaliar a causa do desabamento. O Ministério Público do Trabalho em São Paulo também vai aguardar o fim do trabalho da polícia científica para avançar com as investigações.
Medidas – Nesta segunda-feira, o MPT de São Paulo firmou um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Salvatta Engenharia em que obrigou a empresa a arcar com os custos de hospedagem, alimentação e cuidados médicos dos dez operários que ainda estão no alojamento da obra, e dos cinco que continuam internados, vítimas do desabamento. A maioria deles é originária do Maranhão e aguarda os desdobramentos legais para retornar às suas respectivas cidades.
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