MPF não viu nenhum crime em entrevista de Gleisi a Al Jazeera
Vice-presidente do órgão determinou o arquivamento de "notícia de fato" para apurar conduta da senadora
A representação contra a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), por uma entrevista à rede Al Jazeera, a maior em língua árabe, foi arquivada no Ministério Público Federal. A determinação é do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia.
Uma representação foi levada à Procuradoria-Geral da República pelo deputado federal Major Olímpio (PSL-SP) em relação à entrevista concedida pela petista à rede Al Jazeera sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. Foi aberta uma “notícia de fato”, uma apuração interna da PGR das alegações.
No vídeo, veiculado no dia 18 de abril, Gleisi afirma que Lula é “um preso político” no Brasil. Ainda na entrevista, a senadora diz que “o objetivo da prisão é não permitir que Lula seja candidato na eleição deste ano” e faz um “convite” para uma campanha pela libertação do ex-presidente.
O deputado alegou à PGR que a presidente do PT cometeu crime contra a segurança nacional ao convocar, na sua interpretação, “o mundo árabe” para lutar pela liberdade do ex-presidente. O vice-procurador-geral afirma que o que foi dito pela senadora é um discurso político, em legítima manifestação de seu pensamento e de sua opinião.
“Sua manifestação não caracteriza conduta típica, punível e culpável, em nenhuma das inúmeras hipóteses veiculadas nas normas supra transcritas. Nem em qualquer outra norma”, escreve Maia, à frente do Ministério Público Federal, enquanto Raquel Dodge está em viagem a Paris.
(com Estadão Conteúdo)