Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MPF não pediu prisão de Lula, diz Moro

Juiz da Lava Jato afirma que a força-tarefa da Lava Jato não requisitou que ex-presidente seja preso preventivamente

Por Felipe Frazão Atualizado em 20 set 2016, 18h33 - Publicado em 20 set 2016, 18h00

O Ministério Público Federal não pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao denunciá-lo, na semana passada, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso que envolve o tríplex do Guarujá (SP). A informação consta em despacho do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que tornou Lula réu nesta terça-feira.

Moro aceita denúncia e Lula vira réu na Lava Jato

Desde a apresentação da denúncia pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, havia suspense sobre um eventual pedido de prisão de Lula. Os procuradores da República e o próprio juiz Sérgio Moro se recusaram, seguidas vezes, a comentar sobre as ações cautelares no processo. A VEJA, Moro afirmou em palestra nos Estados Unidos, que não comentaria a questão ao ser abordado com a indagação que mais costuma ouvir nas ruas – quando vai prender Lula?. “Vou ficar devendo essas respostas”, disse o juiz, rindo, antes de encerrar uma entrevista. “Cut, cut, cut (Corta, corta, corta)”, brincou, em inglês.

Mas, no despacho desta terça, Moro revelou o mistério. “Quanto ao pedido de prisão preventiva formulado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, não houve renovação do pedido perante este juízo pelo Ministério Público Federal, motivo pelo qual o tenho prejudicado, dispensando exame.”

Continua após a publicidade

Lula havia sido denunciado originalmente pelo Ministério Público de São Paulo por falsidade ideológica e ocultação da propriedade (lavagem de dinheiro) do tríplex 164-A no Edifício Solaris, na praia das Astúrias, litoral paulista. Na ocasião, foi solicitada à Justiça de São Paulo a prisão preventiva de Lula.

Os promotores do Ministério Público de São Paulo associavam os crimes ao escândalo da Bancoop [Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo], caso investigado localmente e denunciado pela primeira vez em 2010 – um dos réus é o ex-tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop João Vaccari Neto.

A 4ª Vara Criminal de São Paulo, porém, afirmou que havia indícios de que o recebimento de reformas no apartamento estava ligado ao petrolão e declinou da competência para a 13ª Vara Federal de Curitiba, que concentra as apurações em primeira instância. Moro confirmou o entendimento da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira e disse que os promotores paulistas erraram ao relacionar as fraudes da Bancoop ao tríplex reformado pela empreiteira OAS para Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ela e mais seis pessoas se tornaram réus nesta terça. O magistrado mandou devolver os autos à Justiça de São Paulo.

Continua após a publicidade

“Os ilustres promotores de Justiça autores da denúncia relacionaram equivocadamente a concessão do apartamento em questão ao ex-presidente a fraudes no âmbito da Bancoop, o que não está, em princípio, correto, considerando o teor da denúncia ora recebida”, determinou Moro. “Não obstante, os crimes ali narrados, de estelionato contra cooperados da Bancoop são de competência da Justiça Estadual. Então prejudicada, pelo recebimento da presente denúncia, a parte da imputação constante na denúncia formulada na Justiça Estadual relativa ao ex-presidente, deve aquela denúncia ser devolvida e prosseguir perante o Juízo Estadual quanto aos demais crimes.”

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.