MPF dá aval para acesso de defesa da OAS a delações
Advogados de executivos presos pleiteiam acesso aos depoimentos de Julio Camargo e Augusto Mendonça Neto, do grupo Toyo Setal. Decisão caberá a juiz
Por Daniel Haidar, de Curitiba
2 dez 2014, 10h22
O Ministério Público Federal deu parecer favorável para que a defesa de executivos citados nos depoimentos do lobista Júlio Camargo e do empresário Augusto Mendonça Neto, do grupo Toyo Setal, tenham acesso ao conteúdo das delações premiadas de ambos. O acesso aos depoimentos dos delatores foi requisitado pela defesa dos executivos da OAS (Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Alexandre Portela Barbosa, José Aldemário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira). A decisão sobre a liberação cabe ao juiz federal Sérgio Moro.
Em depoimentos prestados ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal em troca de punições mais brandas na Justiça, Camargo e Mendonça Neto forneceram detalhes sobre o funcionamento do clube do bilhão, o cartel de empreiteiras dedicado a fraudar licitações da Petrobras. Eles ajudaram a identificar os dirigentes das empresas que participavam do cartel e o funcionamento do esquema de corrupção. Mas não mencionaram nomes de políticos beneficiados pelo esquema.
Camargo e Mendonça Neto apontaram também as contas bancárias em que depositaram propinas para o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque e para o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco.
Trechos dos depoimentos de Camargo e Mendonça Neto já tinham aparecido nas representações do Ministério Público Federal em que foram solicitadas as prisões de executivos das empreiteiras.
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O parecer do Ministério Público Federal permite que os advogados da OAS recebam cópias eletrônicas dos documentos, mas deixa aberta também a possibilidade de que outros investigados tenham acesso às delações premiadas. As defesas de Renato de Souza Duque, Ricardo Ribeiro Pessoa e Ednaldo Alves da Silva também fizeram o mesmo pedido.
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