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MP pede continuidade de investigações contra Pezão

Políticos foram citados por delatores no Operação Lava Jato como beneficiários de dinheiro desviado da Petrobras e aplicado em suas campanhas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 out 2015, 16h28

A vice-procuradora-geral da República Ela Wiecko encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) manifestação na qual defende a continuidade das investigações contra o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), citados por delatores da Lava Jato como beneficiários de dinheiro desviado da Petrobras para bancar campanha. Para a representante do MP, as investigações devem ser aprimoradas porque, nas buscas e apreensões da Operação Lava Jato, documentos na casa do empreiteiro Marcelo Odebrecht dão “orientações para respostas a possíveis questionamentos” relacionados ao inquérito que investiga os dois políticos do Rio.

“Esse documento sugere uma preparação prévia que a empresa fez aos diretores antes da colheita dos termos de declarações pela Polícia Federal”, diz Ela Wiecko.

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De acordo com depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no primeiro semestre de 2010 ele foi chamado diretamente pelo então governador Sergio Cabral para discutir contribuições de campanha à reeleição. No encontro, estavam presentes Pezão e o ex-secretário Regis Fichtner. Coube ao ex-diretor arrecadar dinheiro para o caixa dois do peemedebista com empreiteiras que atuavam no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como a Skanska, a Alusa e a Techint. O consócio Conpar, formado pelas empreiteiras Odebrecht, UTC e OAS, desembolsou sozinho metade do caixa dois: 15 milhões de reais.

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Em seu depoimento, Paulo Roberto Costa disse ter “convicção” de que o dinheiro, retirado do próprio caixa das empresas, chegou ao caixa de campanha de Cabral e Pezão “porque o governador não tocou mais no assunto”.

Na manifestação entregue ao STJ, a vice-procuradora afirma que é preciso, além de dar continuidade às investigações, que a Polícia Federal colha o depoimento do doleiro Alberto Youssef “sobre as circunstâncias do repasse de propinas arrecadadas junto à Odebrecht à campanha eleitoral de PMDB ao governo do Rio de Janeiro”. Além de Paulo Roberto, Youssef também prestou depoimento sobre o possível envolvimento de Pezão e Cabral no esquema desbaratado pela Operação Lava Jato e disse que o ex-diretor da Petrobras pediu a ele para “repassar propinas arrecadadas dos prestados de serviços da Petrobras à campanha eleitoral do PMDB ao governo do Rio de Janeiro”.

Em junho, o ministro Luís Felipe Salomão, do STJ, já havia autorizado a quebra de sigilo telefônico de Pezão, Cabral e Fichtner para permitir que os investigadores monitorassem conversas entre eles e empreiteiros entre 2009 e 2010, época na qual, segundo Paulo Roberto Costa, Pezão e Cabral receberam 30 milhões de reais em caixa dois de empreiteiras do chamado clube do bilhão. Agora caberá a Salomão decidir se aceita o novo pedido do MP para a continuidade das investigações.

Em nota, o ex-governador Sergio Cabral disse que “se mantém à disposição para prestar todos os esclarecimentos – como o fez desde o primeiro momento -, reiterando a sua indignação pelo envolvimento de seu nome no caso”.

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