Procuradoria da Itália recorreu da decisão da Corte de Bolonha de negar o envio de Pizzolato ao país por causa da situação das cadeias brasileiras
Por Da Redação
17 nov 2014, 15h30
O Ministério Público da Itália apresentou um recurso nesta segunda-feira contra a decisão da Corte de Bolonha de negar a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão. A Procuradoria italiana entendeu que o mensaleiro precisa cumprir a pena no Brasil e discordou da conclusão do tribunal de que as prisões brasileiras não têm condições de assegurar a integridade física de Pizzolato.
No recurso, o MP italiano argumentou que não se pode generalizar a situação dos presídios do país, apontando como exemplo o caso dos mensaleiros presos no Complexo da Papuda, em Brasília, que não sofreram até agora nenhum incidente. A defesa de Pizzolato apresentou relatórios da ONU e da Anistia Internacional para convencer os juízes italianos da insalubridade do sistema prisional brasileiro.
Com o recurso, o processo será enviado à Corte de Cassação de Roma, e uma audiência deve ser agendada em meados de 2015. Até lá, Pizzolato é considerado um homem livre.
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Pizzolato, que tem dupla cidadania, planejou a sua fuga para a Itália enquanto o julgamento do mensalão ainda corria. Produziu documentação falsa em nome do irmão, morto em 1978, para tirar um novo passaporte e conseguiu escapar do cumprimento da pena no Brasil. Em fevereiro deste ano, a polícia italiana descobriu o seu paradeiro e o prendeu na casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália. Ele foi levado para a prisão de Módena, de onde saiu em outubro após decisão da corte de Bolonha.
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