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MP investiga se suspeitos confessaram estupro sob tortura

Perícia confirmou que o sêmen encontrado nas roupas de adolescente não era dos suspeitos; OAB afirma que confissão foi obtida sob tortura

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 jul 2013, 19h33

O Ministério Público do Paraná abriu inquérito para investigar se os quatro suspeitos presos pelo assassinato da adolescente Tayná Adriane da Silva foram torturados para confessar o crime. Capturados no dia 28 de junho, os acusados, com idade entre 22 e 25 anos, eram funcionários de um parque de diversões montado próximo à casa da vítima. A menina, de 14 anos, foi encontrada morta com indícios de estupro em um terreno vizinho, num município da região metropolitana de Curitiba.

O assassinato de Tayná provocou comoção no estado, mas sofreu uma reviravolta nos últimos dias. Nesta sexta-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná confirmou que o DNA presente no sêmen encontrado nas roupas de Tayná não é de nenhum dos suspeitos. Nesta quinta-feira, os DNA do filho e do dono do parque de diversões foram coletados para análise.

A Polícia Civil afastou temporariamente os delegados Agenor Salgado Filho e Silvan Rodney Pereira, responsáveis pela prisão dos suspeitos. Em nota, a Polícia Civil afirmou que a troca de delegados ocorreu para que as investigações sejam conduzidas de forma “transparente e sem interferências”.

Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná e da defesa acusaram a polícia de ter forçado a confissão. “Foram espancados, sufocados, eletrocutados e abusados sexualmente”, disse o presidente da OAB no estado, Juliano Breda, que visitou a Casa de Custódia de Curitiba, onde os suspeitos estão presos.

Um dos suspeitos foi ouvido no Complexo Médico Penal, pois teve hemorragia em órgãos abdominais. Imagens exibidas por uma afiliada da TV Record mostram as lesões sofridas por outro suspeito: ele exibe cortes profundos no pulso e afirma que o grupo foi torturado por quatro dias seguidos.

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também visitou os acusados e apontou sinais de suposta agressão. “Resta saber se a violência tem relação com a confissão ou se foi motivada por retaliação ao crime”, disse o promotor de Justiça Paulo Sergio de Lima. Segundo ele, a confissão obtida sob tortura é uma prova ilegítima, o que não os isentaria da autoria do crime. “Isso não invalida a hipótese de eles serem os responsáveis pela morte. Precisamos conjugar todas as provas”, disse Lima.

A adolescente Tayná Silva
A adolescente Tayná Silva (VEJA)

Investigação – A perícia também apontou que a vítima não foi enterrada, conforme os acusados supostamente relataram à polícia durante depoimento. As investigações apontaram que o seu corpo foi encontrado dentro de um poço de água desativado.

Para chegar aos suspeitos, a polícia analisou imagens de câmeras de segurança instaladas no bairro. Uma delas chegou a registrar a garota caminhando em direção ao parque. Em outra, mais à frente, ela não aparecia mais. No trajeto entre os dois aparelhos ficava o parque de diversões, onde os quatro homens trabalhavam.

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A polícia, então, levantou a relação dos funcionários que cumpriram o turno da noite no dia do desaparecimento. Na ocasião, uma ligação anônima informou que eles foram vistos em companhia da menina dois dias antes do ocorrido.

Retaliação – Ao saber do crime bárbaro, os moradores da região atearam fogo nos brinquedos do parque e impediram o Corpo de Bombeiros de apagar as chamas. Quando o local já estava quase destruído, os policiais chegaram e dispersaram o grupo com bombas de gás lacrimogêneo.

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