MP do Paraná pede libertação de acusados de estuprar e matar adolescente
Suspeitos dizem ter confessado crime sob tortura. Reportagem do ‘Fantástico’ mostra que investigação está sendo refeita
O Ministério Público (MP) do Paraná pediu neste domingo a libertação dos quatro acusados de estuprar e matar a adolescente Tayná Adriane da Silva no final de junho, na cidade de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, de acordo com reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo. O MP investiga denúncia de advogados de defesa e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de que os quatro foram torturados pela polícia até confessar o crime.
A menina, de 14 anos, desapareceu por três dias e foi encontrada morta com indícios de estupro em um terreno vizinho ao parque de diversões onde trabalhavam os quatro suspeitos. O parque foi incendiado por moradores de Colombo após a notícia de que funcionários do local haviam confessado o crime. De acordo com a denúncia feita pela OAB, os quatro foram forçados a assinar a confissão em sessões de tortura que incluíram pancadaria, choque e saco plástico sobre o rosto.
Os delegados Agenor Salgado Filho e Silvan Rodney Pereira, agora afastados do caso pela Polícia Civil, chegaram a dar por encerradas as investigações, depois de colhidas as confissões. A perícia criminal, no entanto, apontou que o sêmen encontrado nas roupas de adolescente não era dos suspeitos, reabrindo a questão.
“Com toda essa situação de alegação de tortura e também algumas constatações que o próprio Ministério Público fez, as provas hoje não são suficientes para inciarmos um processo contra os suspeitos”, disse ao Fantástico o promotor Paulo Lima, ao justificar o pedido de soltura dos acusados.
Ainda na reportagem da Globo, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Cid Vasques, disse que a investigação do caso está sendo refeita e que pedirá a prisão temporária dos policiais acusados de tortura.