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MP apura ‘rachadinha’ em gabinete de deputado do PSL em SP

Segundo denúncia anônima que levou à abertura de inquérito, Coronel Nishikawa arrecada metade dos salários de funcionários; ele nega irregularidades

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 6 ago 2019, 11h15 - Publicado em 6 ago 2019, 11h10

O Ministério Público de São Paulo investiga um suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo o deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL). Parlamentar de primeiro mandato, ele é suspeito de arrecadar parte do salário de assessores do seu gabinete na Assembleia Legislativa paulista (Alesp), prática conhecida como “pedágio” ou “rachadinha”.

O inquérito, que também investiga dois assessores de Nishikawa, foi aberto no dia 11 de julho pelo desembargador Augusto Francisco Mota Ferraz de Arruda, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pedido do procurador Cícero José de Morais, coordenador do núcleo que investiga deputados na segunda instância por causa do foro privilegiado. A decisão foi revelada ontem pelo jornal Diário do Grande ABC. O inquérito está sob sigilo.

Na representação encaminhada à Justiça, o MP informa que recebeu uma denúncia anônima por e-mail, segundo a qual o deputado do PSL recolhe metade dos salários dos funcionários do seu gabinete, onde estão lotados dezoito servidores comissionados. Segundo a denúncia, os valores seriam arrecadados pelo assessor David Monteiro de Mello e depositados nas contas bancárias dos filhos de Nishikawa e da tia de uma sobrinha adotiva dele. O esquema seria coordenado pelo chefe de gabinete, Walter Resende Filho.

Resende é presidente do PSL em São Bernardo do Campo, cidade da Grande São Paulo onde reside Nishikawa. No ano passado, segundo a prestação de contas eleitorais, ele trabalhou como motorista na campanha do deputado, que teve 23.094 votos – a votação mais baixa entre os 94 eleitos – e assumiu uma cadeira na Alesp graças à votação recorde da deputada Janaína Paschoal (PSL), que ajudou o partido do presidente Jair Bolsonaro a ter a maior bancada da Assembleia, com 15 deputados.

Segundo registros oficiais da Alesp, Resende recebe salário bruto mensal de 17.900 reais como assessor especial, enquanto Mello ganha 6.500 reais por mês como auxiliar parlamentar. Coronel da Polícia Militar aposentado, Nishikawa recebe 25.300 reais como deputado e 24.000 reais de aposentadoria. Nas eleições de 2018, o parlamentar declarou patrimônio de apenas 28.300 reais, incluindo uma casa e um jazigo em São Bernardo.

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Outro lado

Procurado pela reportagem, o deputado estadual Coronel Nishikawa negou ter arrecadado qualquer recurso de seus assessores e disse que vai provar sua inocência na Justiça. “Essa é uma acusação infundada feita de forma anônima que, infelizmente, o Ministério Público decidiu aceitar e abrir processo. Não existe isso. Eu não tomei dinheiro de ninguém”, disse.

O deputado afirmou que já juntou todos os extratos bancários para provar que não recebeu dinheiro de assessores e que vai pedir para que seus funcionários façam o mesmo para acabar com as suspeitas. “Não tenho o que esconder. Tenho 30 anos de Polícia Militar e nunca fui acusado de tomar dinheiro de ninguém”, afirmou o parlamentar, que já foi assessor militar do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho e chefe de gabinete de subprefeitura na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) na capital paulista.

A reportagem não conseguiu localizar na segunda-feira os assessores Walter Resende e David Mello. O Ministério Público paulista informou que não pode dar informações sobre o inquérito porque ele está sob sigilo.

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