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Moro se antecipa à oposição e vai depor em comissão do Senado no dia 19

Ministro se colocou à disposição para explicar conversas com o MPF que foram vazadas; oposicionistas articulavam requerimento para convocá-lo

Por André Siqueira Atualizado em 11 jun 2019, 18h03 - Publicado em 11 jun 2019, 17h36

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, vai depor na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em audiência marcada para a quarta-feira, 19, sobre as conversas vazadas dele com o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.

Na sessão do Congresso Nacional desta terça-feira, 11, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), leu um ofício, entregue pelo líder do governo Bolsonaro na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), no qual Moro se coloca à disposição para ser ouvido. A informação foi confirmada a VEJA pela assessoria do senador Humberto Costa (PE), líder do PT.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, disse a VEJA que a data foi marcada depois de um acordo entre Alcolumbre e os líderes da oposição.

Em seu perfil oficial no Twitter, Alcolumbre publicou a íntegra do documento. “Fui informado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de sua disponibilidade para prestar os esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal sobre notícias amplamente veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato”, diz Bezerra Coelho.

O emedebista manifestou, ainda, “confiança” em Moro, certo “de que esta será uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito da sua conduta”.

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Nos bastidores, a oposição se articulava para apresentar um requerimento para convocar o ministro a prestar esclarecimentos sobre as mensagens, que foram reveladas no domingo 9 pelo site The Intercept Brasil.

Em alguns desses diálogos, Moro orientava Dallagnol, que era o responsável pela acusação que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão, e, em um deles, chegou a sugerir testemunha para ser ouvida. Nesta segunda-feira, o ministro afirmou que “não tem orientação nenhuma” nas mensagens.

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“Não vi nada de mais nas mensagens. O que houve foi uma invasão criminosa de celulares de procuradores, para mim isso é um fato bastante grave ter havido essa invasão e essa divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito a minha pessoa, eu não vi nada demais”, afirmou o ministro em Manaus, após um evento na capital amazonense.

Para os oposicionistas, as conversas mostram que houve parcialidade do então juiz da Operação Lava Jato no Paraná no julgamento do processo de Lula.

Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que os processos foram “corrompidos” e que a liberdade do petista era “urgente”. O texto afirma, ainda, que Lula “não praticou qualquer crime e que é vítima de ‘lawfare’, que é a manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política”.

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