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Moro revelará na sexta quanto ganhou na consultoria Alvarez & Marsal

Acossado por um processo no TCU e pela criação de uma CPI, o ex-juiz da Lava-Jato decidiu abrir o sigilo de seus ganhos como consultor privado

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 mar 2022, 17h32 - Publicado em 26 jan 2022, 13h12

Pré-candidato do Podemos à Presidência da República, o ex-juiz Sergio Moro decidiu revelar os salários e benefícios financeiros que recebeu da consultoria americana Alvarez & Marsal, empresa que o contratou após ele ter deixado o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro. O anúncio será feito em uma live no YouTube na sexta-feira. O ex-juiz tem sido acossado por um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) que apura se ele levou à iniciativa privada informações confidenciais da Operação Lava-Jato e de alguma maneira beneficiou sua empregadora, responsável por processos de administração judicial de empreiteiras pilhadas no petrolão.

Os valores dizem respeito a dois contratos firmados com os braços brasileiro e americano da A&M Disputas e Investigações, onde o ex-juiz atuou como consultor, prestador de serviços e diretor. O contrato brasileiro foi encerrado no dia 1º de junho de 2021; o americano em 31 de outubro passado, quando ele já havia decidido ingressar na carreira política e se lançar na corrida presidencial. “Não estou cedendo ao TCU. O TCU está abusando, mas quero ser transparente com a população brasileira, como toda pessoa pública deve ser”, disse Moro em suas redes sociais.

Desde que anunciada em novembro de 2020, a contratação de Moro pela consultoria tornou-se uma arma política contra o ex-juiz porque a empresa é responsável, entre outras atribuições, por gerir os processos de recuperação judicial das empreiteiras Odebrecht, OAS e Galvão Engenharia, todas investigadas por integrar o “Clube do Bilhão”, um cartel de construtoras acusado de combinar preços de obras e direcionar uma parte dos valores dos contratos para o pagamento de propinas a políticos e diretores da Petrobras. Na Lava-Jato, executivos das três acabaram fechando acordos de delação premiada e suas empresas se tornaram colaboradoras da Justiça por meio de acordos de leniência. Mas as três também bateram às portas do Judiciário para evitar que recebessem a decretação de falência. São nesses processos de administração judicial que a A&M atua e já recebeu por eles e por outros dois casos ligados à Lava-Jato – o da ex-Odebrecht Agroindustrial e a do Estaleiro Enseada – pelo menos 42,5 milhões de reais.

Sergio Moro vinha se negando a informar o valor dos seus honorários por considerar que se tratava de uma questão privada entre ele e seu empregador. Nos últimos dias, políticos começaram a se articular para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a passagem do ex-juiz pela iniciativa privada e possíveis irregularidades em seu contrato com a Alvarez & Marsal, mas o próprio PT, artífice da CPI, desistiu da ideia.

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A A&M sempre alegou que, ao contratar o ex-juiz da Lava-Jato, o colocou para atuar em uma área sem qualquer relação com os processos das empreiteiras, o que evitaria um possível conflito de interesses. Para setores do TCU que atuam no processo envolvendo Moro, no entanto, o simples fato de a empresa admitir que trabalhou para evitar um conflito de interesses já demonstraria que a contratação em si está envolta em conflitos de interesse, independentemente do montante que o ex-magistrado embolsou por seus trabalhos na consultoria.

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