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‘Moro não pode mais se comportar como czar’, diz Lula

Condenado a 9 anos e meio de prisão, ex-presidente também disse em entrevista a rádio que procuradores da Lava Jato são 'mal intencionados'

Por Da redação
Atualizado em 18 jul 2017, 18h37 - Publicado em 18 jul 2017, 14h25

“Mentira deslavada”, “farsa”, “grande fábula”, “cheia de inverdades”, “perseguição”. Foi assim que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou, em uma entrevista nesta terça-feira, a sentença do juiz federal Sergio Moro que o condenou a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. À Rádio Capital, o petista também fez críticas aos integrantes da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal e na Polícia Federal e afirmou que Moro se comporta tal qual um czar, título dos autocratas que controlaram a Rússia entre os séculos XIV e XIX.

“Acredito piamente que haverá de acontecer justiça em uma outra instância. Inclusive penso que o juiz Moro não pode continuar se comportando como um czar. Ou seja, ele faz o que quer, como quer, sem respeitar o direito, sem respeitar a Constituição e vai falando por cima, não deixa a defesa falar, tenta cercear o direito da defesa falar. Estou indignado. Se tem um cidadão brasileiro indignado, sou eu”, disse o ex-presidente.

Ressalvando que direciona seus ataques aos investigadores da Lava Jato, e não às instituições, Lula afirmou que os policiais federais mentiram no inquérito e os procuradores da República mentiram na denúncia contra ele que, em sua opinião, sequer deveria ter sido aceita pelo magistrado. “Não vou, depois de 70 e poucos anos de vida, não sei quanto tempo vou ter pela frente, permitir que meia dúzia de jovens mal intencionados venham tentar jogar a minha imagem na lama”, disparou, queixando-se particularmente do documento de PowerPoint por meio do qual o procurador Deltan Dallagnol apresentou a denúncia contra ele.

Na entrevista, o petista voltou a classificar como “perseguição política” para evitar sua candidatura à presidência da República o processo em que foi condenado por receber 2,2 milhões de reais em propina da empreiteira OAS por meio de um tríplex em Guarujá (SP).

“Eu tenho certeza que era um processo político, isso está ligado ao fato de não quererem que o Lula possa voltar a ser candidato a presidente da República, estou convencido disso. Vou continuar brigando, porque eu tenho certeza que eu estou certo, tenho certeza que eu tenho razão e tenho certeza que esse processo foi uma grande fábula”, declarou.

Além da alegação de julgamento político, Lula reverberou o argumento de seus advogados em embargos de declaração apresentados a Moro, de que o juiz federal desconsiderou os depoimentos de testemunhas de defesa dele ao longo do processo. As observações da defesa do ex-presidente foram duramente rebatidas por Sergio Moro nesta terça-feira.

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“O juiz Moro não levou em conta os autos do processo, porque eu tive não só as testemunhas de acusação me defendendo, como 73 testemunhas de defesa que ele não levou em consideração, nenhuma das testemunhas. Ele não levou em consideração a verdade. O apartamento nunca foi meu, nunca comprei, nunca me deram papel, nunca assinei nada”, afirmou o ex-presidente.

Candidatura em 2018

Na entrevista, Lula afirmou que a reivindicação feita por ele ao PT na semana passada, para que seja candidato à presidência pelo partido em 2018, não foi uma exigência. “O que eu quero, na verdade, é o direito de me colocar como candidato dentro do PT, junto com outras forças políticas, para defender aquilo que foi feito no Brasil”, declarou.

Líder das pesquisas de intenção de voto e com a possibilidade de ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa em 2018, em caso de condenação na segunda instância, Lula defendeu que o presidente Michel Temer (PMDB), alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção, convoque eleições diretas.

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“A única solução para o Brasil agora seria convocar eleições diretas. E não dá nem pra esperar 2018, teria que ter uma emenda constitucional pra que a gente antecipasse o processo eleitoral e deixar o povo outra vez assumir a responsabilidade de eleger um presidente ou presidenta da República pra ver se conserta esse país”, concluiu.

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