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Moro lamenta depoimentos vazados, mas nega risco a investigações

Oitivas de Emílio Odebrecht e Márcio Faria, gravadas em vídeo, deveriam ter ficado em sigilo, mas erro as disponibilizou no sistema de consulta processual

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2017, 19h29 - Publicado em 13 mar 2017, 18h57

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, lamentou o erro técnico que levou ao vazamento dos depoimentos do empresário Emílio Odebrecht e do ex-executivo Márcio Faria, nesta segunda-feira. Por meio de um despacho, Moro ressaltou que as oitivas de Odebrecht e Faria, gravadas em vídeo, ficaram disponíveis por apenas dois minutos no sistema de consulta processual e depois retiradas, “mas, aparentemente, não a tempo para evitar que terceiros acessassem os vídeos”.

A pedido dos advogados de Emílio Odebrecht, Moro havia determinado que o depoimento dele e o de Faria fossem mantidos em sigilo “até nova deliberação ou até o levantamento do sigilo pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, seguindo, neste ponto, decisão recente tomada pelo Min. Herman Benjamin no Tribunal Superior Eleitoral”.

“Apesar de se lamentar o ocorrido, observo que tais depoimentos envolvem ação penal já proposta e em momento processual adiantado”, ressaltou o magistrado, que cita a lei que trata das delações premiadas e prevê que “o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto”.

Sergio Moro ainda afirma que nada no conteúdo dos depoimentos de Emílio Odebrecht e Márcio Faria “tem o condão de colocar em risco, em qualquer hipótese, qualquer investigação perante este Juízo ou qualquer outro, inclusive perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal. De igual forma, nos depoimentos, nada se tratou acerca de investigados ou acusados com foro por prerrogativa de função”.

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O magistrado ressalta que tornará públicos os depoimentos em vídeo assim que o STF decretar o fim do sigilo sobre as delações da Odebrecht e que, quanto à divulgação do material pela imprensa, “não cabe a este Juízo providências, já que não estão obrigados à manutenção do sigilo, prevalecendo a liberdade de imprensa”.

Caixa dois era ‘modelo reinante’

Em seu depoimento a Moro, Emílio Odebrecht afirmou que o caixa dois foi o “modelo reinante” em campanhas eleitorais no país até pouco depois da deflagração da Operação Lava Jato. O empresário depôs ao juiz federal como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo Odebrecht, na ação penal em que ele é réu ao lado do ex-ministro Antonio Palocci e outros 12 acusados. O processo apura o que o Ministério Público Federal chama de “conta corrente da propina” mantida por Palocci, o PT e a Odebrecht.

Questionado por Sergio Moro a respeito de doações eleitorais irregulares ao Partido dos Trabalhadores intermediadas por Palocci, Odebrecht respondeu ao magistrado que o petista pode ter atuado como “operador” dos repasses. Preso em Curitiba desde setembro de 2016, Palocci é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo.

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