Moro anuncia presidente do Coaf e secretário de políticas sobre drogas
Roberto Leonel Lima ficará à frente do órgão que fiscaliza atividades financeiras e Luiz Roberto Beggiora será o responsável por combate às drogas
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou nesta sexta-feira, 30, mais dois nomes que comporão sua equipe no ministério a partir de janeiro.
Com a migração do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda para a pasta a ser comandada por Moro, o ex-juiz federal escolheu para a presidência do órgão o auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima.
Em pronunciamento a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, em Brasília, o futuro ministro afirmou que conhece Leonel “há muito tempo” e o classificou como “agente público extremamente competente e dedicado”.
O auditor fiscal chefiou a área de inteligência da Receita nas investigações da Operação Lava Jato no Paraná, cujos processos eram conduzidos por Sergio Moro, e também atuou no caso Banestado, outro que teve atuação do ex-magistrado.
Moro ressaltou que a decisão do governo de transferir o Coaf da Fazenda para a Justiça ainda depende de uma alteração legislativa. Ele apontou que o órgão “sofreu redução do corpo funcional por questões circunstanciais” e que pretende fortalecê-lo.
O futuro ministro também anunciou o procurador Luiz Roberto Beggiora, que atua na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), para a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad). Na PGFN, ele atuava em um grupo de cobrança a grandes devedores.
Para Moro, Beggiora tem “extremamente habilidade para área de sequestro e confisco de ativos”, um dos pilares da política anticrime organizado que ele pretende implementar.
O ex-juiz disse ainda que, em sua gestão, a função de atendimento a dependentes químicos atualmente a cargo da Senad pode ser deslocada à área de assistência social do governo. A pasta da Cidadania, cujo titular será o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), absorverá as atribuições de Desenvolvimento Social, Esportes e Cultura no governo Bolsonaro.
Moro pede aprovação de projeto na Câmara
No pronunciamento a jornalistas, Sergio Moro também disse ter conversado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a necessidade de aprovação de um projeto de lei em tramitação na Casa que prevê o congelamento de ativos de organizações classificadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como terroristas.
O futuro ministro explicou que, caso o projeto não seja aprovado pelo Congresso, o Brasil pode ser suspenso do Grupo de Ação Financeira contra Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo (Gafi).
“Brasil sendo suspenso dessa organização, isso vai fazer um grande mal à imagem do Brasil, para a imagem internacional, e vai fazer um grande mal para os negócios. Por isso seria importante, mesmo antes do governo assumir em janeiro, que a atual legislatura desse prioridade e aprovasse esse projeto, que não tem nada de controvertido”.