O juiz Sergio Moro concedeu nesta quinta-feira prazo até o dia 27 de julho para que a defesa de Marcelo Odebrecht explique as anotações cifradas feitas pelo executivo em seus telefones. A data final para as explicações venceria hoje, mas os advogados do empreiteiro haviam alegado que ainda não tinham conversado com Odebrecht para colher esclarecimentos sobre o episódio. Relatório da Polícia Federal com base em mensagens extraídas do celular de Marcelo revelam o amplo leque de políticos com os quais ele tinha contato e seu esforço para utilizar siglas e mensagens codificadas para anotar as ações. De acordo com o documento, ele lançou mão de uma estratégia de confrontar as investigações da Lava Jato que contaria com “policiais federais dissidentes”, dupla postura perante a opinião pública, apoio estratégico de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ataques às apurações internas da Petrobras. A PF avalia que o empreiteiro buscava criar “obstáculos” e “cortinas de fumaça” contra a operação Lava Jato. (Laryssa Borges, de Brasília)