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Moro aceita pedido de Bumlai e depoimento de Lula é cancelado

Por Da Redação 11 mar 2016, 21h18

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou na noite desta sexta-feira pedido da defesa do empresário José Carlos Bumlai e cancelou o depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestaria na próxima segunda-feira como testemunha no processo a que o pecuarista responde na Lava Jato. Na manhã de hoje, os advogados do amigo do petista pediram a dispensa da oitiva de Lula sob a alegação de que ele havia enviado uma declaração por escrito negando “vantagens” a Bumlai.

As declarações de Lula estão datadas desta quinta-feira, o mesmo dia em que o Ministério Público de São Paulo pediu sua prisão preventiva do ex-presidente no processo em que ele é investigado por suspeitas de ter recebido benesses de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras.

Embora tenha acatado o pedido para que Lula não seja mais ouvido como testemunha de defesa de Bumlai, o juiz Sergio Moro afirmou que as alegações escritas enviadas pelo petista “não terão valor probatório para este processo, uma vez que não submetidas ao crivo do contraditório”.

Segundo os investigadores da força-tarefa da Lava Jato, José Carlos Bumlai integrou um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras para operação do navio sonda Vitoria 10000 e a concessão de um empréstimo fictício para lavar propina que seria encaminhada ao PT. A transação envolvendo o navio sonda só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras e ao PT. “O empréstimo teria como destinatário real o Partido dos Trabalhadores, tendo José Carlos Bumlai sido utilizado somente como pessoa interposta”, disse o juiz Sergio Moro ao aceitar, em dezembro, a denúncia contra Bumlai.

Delação – Em relação ao envolvimento de Bumlai com o esquema do petrolão, em acordo de delação premiada o lobista Fernando Baiano disse que, na tentativa de emplacar um contrato entre a empresa OSX, do ex-bilionário Eike Batista, com a Sete Brasil, empresa gestada no governo Lula para construir as sondas de exploração do petróleo do pré-sal, o empresário amigo de Lula foi acionado para interceder junto ao petista. Em troca, o pecuarista teria recebido comissão de 2 milhões de reais, que acabaram repassados a uma nora do ex-presidente Lula para a quitação da dívida de um imóvel.

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Na declaração escrita dada por Lula, ele não faz referência ao episódio envolvendo sua nora e, genericamente, diz que “jamais tratamos de assuntos políticos, muito menos de eventuais interesses do senhor Bumlai junto ao governo, órgãos estatais ou empresas públicas”. “Jamais tive conhecimento de eventual interesse do senhor Bumlai em negócios relativos a sondas de prospecção de petróleo, seja através do Grupo Schahin, seja de outros, assim como jamais manifestei a quem quer que fosse que esse assunto pudesse causar-lhe problemas ou pedi ajuda para protegê-lo de um mal cuja existência desconheço”, disse Lula.

“Nunca tive notícia de que o senhor Bumlai pudesse ter se valido de sua relação pessoal comigo para obter qualquer vantagem ou benefício em qualquer tipo de negócio, com contraparte pública ou privada”, completou o ex-presidente.

Em depoimento à Polícia Federal no dia 16 de dezembro, Lula já havia negado ter pedido a Bumlai que contraísse o empréstimo que teve o PT como destinatário e dito que também “não recebeu de Bumlai qualquer pedido para influenciar na escolha da Schahin como operadora do navio-sonda Vitoria 10000”.

“Não solicitou a Bumlai que contraísse em seu próprio nome empréstimo no interesse do Partido dos Trabalhadores, que não tratou com Bumlai sobre eventual empréstimo contraído por ele em benefício do PT, que jamais tratou com Bumlai sobre dinheiro ou valores”, concluiu o ex-presidente.

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