Moraes prorroga inquéritos sobre interferência na PF e milícia digital
Ministro do STF diz considerar 'a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento'
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias dois inquéritos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro e a seus aliados. Um deles é sobre a suposta interferência política de Bolsonaro no comando da Polícia Federal. O outro apura uma suposta milícia digital que teria atuado contra a democracia e o Estado democrático de direito.
Moraes é o relator dos dois casos. De acordo com a decisão, divulgada nesta segunda-feira, 11, o novo período começa a contar a partir do encerramento do prazo final anterior, que era o dia 27 de outubro. No documento, Moraes diz considerar “a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento”.
As duas investigações estão a cargo da Polícia Federal. No caso da ‘milícia digital’, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro já havia pedido a prorrogação ao STF na última semana.
No inquérito sobre a suposta interferência presidencial na PF, Moraes já havia determinado no último dia 7 que a corporação tomasse o depoimento de Jair Bolsonaro em até um mês. Essa deve ser uma das últimas diligências realizadas pelos policiais na investigação. Aberta em abril de 2020, a investigação foi motivada por denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo do inquérito já foi prorrogado várias vezes, sendo a última em julho deste ano.
Moraes determinou que a PF tome depoimento do presidente em até 30 dias. Segundo o documento enviado ao STF, Bolsonaro se ofereceu para falar presencialmente “no intuito da plena colaboração com a jurisdição dessa Suprema Corte”.
Já na investigação sobre milícias digitais, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito e que se articularia em núcleos de produção, publicação, financiamento e político. Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Uma das pendências é o depoimento do escritor Olavo de Carvalho. A PF quer apurar se há ligação do escritor com a suposta milícia digital.