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Mirando eleições, Maia recorre a antigos auxiliares de ACM e Lula

Além do presidente da Câmara, presidenciáveis como Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles buscam nomes da área econômica para disputa pela presidência

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 11 jan 2018, 14h29 - Publicado em 11 jan 2018, 09h46

Os três principais pré-candidatos à Presidência da República que disputam a representação do centro já articulam nomes para formar equipes para o programa econômico e a estratégia de marketing eleitoral. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), vêm conversando com economistas que têm uma linha de orientação próxima à adotada atualmente pelo governo Michel Temer (PMDB). Defendem o saneamento das contas públicas, uma agenda reformista e uma menor participação do Estado na economia.

Maia vem recebendo a ajuda do economista Marcos Lisboa, ex-secretário do Ministério da Fazenda no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do marqueteiro Fernando Barros, que era próximo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007. Segundo três aliados de Maia, esses profissionais têm mantido conversas com o deputado para ajudá-lo a definir as propostas que defenderá nas viagens que pretende fazer pelo País e a “refinar” o discurso eleitoral.

Sem mirar diretamente nos líderes das pesquisas de intenção de votos (Lula e Jair Bolsonaro), Alckmin trabalha para sair na frente ao menos em relação a Maia e a Meirelles. Entre os conselheiros do tucano estão os economistas Persio Arida, Roberto Giannetti e Yoshiaki Nakano. Persio será o líder do grupo.

À frente da Fazenda, Meirelles conseguiu montar uma equipe econômica apelidada de “time dos sonhos”, que ajudou o governo a ganhar confiança dos investidores nos novos rumos da política econômica de Temer. A interlocutores, ele afirma que só vai pensar em formação de equipe de assessores de campanha em abril, caso decida se candidatar.

O problema maior, porém, não está na formulação de um programa econômico, já que ele poderia reunir com alguma facilidade uma equipe de colaboradores. A questão tem sido formar um “time político” para ajudar sua candidatura a decolar. Meirelles sofre “ataque especulativo” de políticos da base aliada, especialmente de Maia, mas sofre resistência até mesmo de integrantes do seu partido, o PSD.

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Na economia, o ministro poderia buscar apoio até mesmo de alguns dos economistas que hoje compõem sua equipe na Fazenda: Eduardo Guardia, Fabio Kanczuk, Ana Paula Vescovi, Mansueto Almeida e Jorge Rachid (Receita Federal).

Quem são

Carioca, Lisboa tem 53 anos e é diretor-presidente do Insper. Doutor em Economia pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2005, no primeiro mandato de Lula. “Não comento conversas. Falo com todos que querem conversar sobre economia”, disse Lisboa sobre assessorar Maia. O economista se aproximou de Maia durante a discussão da reforma da Previdência. Maia também já enviou um assessor a São Paulo para receber orientações do economista.

Barros, por sua vez, é dono da agência de publicidade Propeg, que atua no ramo há mais de 50 anos. Ele foi um dos marqueteiros das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998. Baiano, Barros era uma das pessoas mais próximas de Antônio Carlos Magalhães, cacique do antigo PFL, atual DEM. Seu herdeiro político, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é um dos principais articuladores de Maia — ele não descarta, entretanto, o apoio a outros nomes, como o do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB).

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ACM Neto, que em fevereiro deve ser oficializado como presidente nacional do DEM, na convenção do partido, participou, em Vitória de uma solenidade para liberação de recursos para o Estado, com a presença de Hartung, de Maia e do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM).

A agenda pública ocorreu em meio às movimentações de Maia e aliados para a construção de sua candidatura presidencial. No entanto, na capital capixaba, o presidente da Câmara desconversou sobre pretensões eleitorais e disse que discutir a corrida presidencial agora “passa por certa arrogância e atropelo”. No entanto, Maia falou da possibilidade de candidatura única, ou com dois, três ou mais partidos, mas apenas se estiver de acordo com a “vontade da sociedade e dos partidos que estão representados”.

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