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Ministério Público quer mais de 30 anos de prisão para Dirceu

De acordo com a Lava Jato, esquema do ex-ministro movimentou cerca de 60 milhões de reais em corrupção e 64 milhões de reais em lavagem de dinheiro

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 set 2015, 18h02

“Não está em questão o que José Dirceu fez pela consolidação da democracia, e sim se ele praticou crimes em contextos determinados” Deltan Dallagnol, procurador

O Ministério Público Federal defendeu nesta sexta-feira que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, denunciado por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, seja condenado a mais de 30 anos de prisão por ter montado um esquema de arrecadação de propina junto a empreiteiras a partir de contratos simulados de consultoria. A Polícia Federal não descarta que ex-ministro esteja envolvido em outros crimes e possa, no futuro, ser novamente denunciado. As suspeitas na denúncia apresentada nesta sexta são que Dirceu recebeu 11,8 milhões de reais em propina.

“Nossa expectativa é que uma pessoa que tenha praticado crimes tão graves tenha, sim, uma pena superior a 30 anos. Temos uma pessoa que foi a número dois do país envolvida no esquema de corrupção. Foi um capitalismo de compadrio”, afirmou o coordenador da força-tarefa do Ministério Público Deltan Dallagnol. De acordo com as investigações, o esquema de José Dirceu na Lava Jato movimentou cerca de 60 milhões de reais em corrupção e 64 milhões de reais em lavagem de dinheiro. Ao todo, o MP calcula que houve 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva entre 2004 e 2011, além de 684 atos de lavagem de dinheiro entre 2005 e 2014.

“A investigação é sempre baseada em fatos. Nada impede novas denúncias sobre a atuação dele em várias outras áreas de atuação. Essa é uma parte importante da investigação, mas temos que considerar que a cada dia estamos avançando por áreas diferentes de contratação de serviços públicos e se trata do ex-ministro da Casa Civil”, explicou o delegado Igor Romário de Paula.

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Os investigadores que atuam na Operação Lava Jato consideram que Dirceu é um criminoso reincidente, porque praticou crimes depois de o processo do mensalão já ter sido concluído. É possível que a Justiça imponha ao petista também o agravante de maus antecedentes, já que, segundo o procurador da República Roberson Pozzobon, ele praticou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo menos desde 2006, quando passou a receber dinheiro sujo de empreiteiras. A reincidência e os maus antecedentes são fatores considerados pela Justiça para aumentar a pena do suspeito em caso de condenação. Além da penalização pelos crimes, os procuradores pedem o ressarcimento de 60 milhões de reais.

Segundo Dallagnol, as evidências envolvendo o petista e seu grupo apontam ter havido um “capitalismo de compadrio” envolvendo a Petrobras para benefício de empresas e enriquecimento de pessoas. “Houve o exercício do poder para fins particulares. José Dirceu representou por muitos tempos os ideais de muitos. Não julgamos as pessoas por vidas, mas por fatos e atos concretos. Não está em questão o que José Dirceu fez pela consolidação da democracia, e sim se ele praticou crimes em contextos determinados”, disse. “A corrupção sistêmica existe no nosso país. A cura para esse problema que sangra a democracia é mais democracia. Somos explorados pela corrupção”, concluiu.

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