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Ministério da Saúde critica a greve dos médicos residentes

Paralisação deve prejudicar o atendimento à população que recorre aos serviços do SUS

Por Da Redação
18 ago 2010, 08h11

O Ministério da Saúde criticou a greve dos médicos residentes dos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), iniciada na terça-feira. Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a paralisação é equivocada porque o governo está aberto a negociações. O grupo, formado por cerca de 22.000 médicos, reivindica reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio – remuneração para os residentes -, atualmente fixada em 1.916,45 reais.

Com a paralisação, estima-se que os atendimentos sejam prejudicados e pacientes enfrentem filas de espera e remarcações de consultas previamente agendadas. “Um levantamento do Ministério da Saúde estima que cerca de 70% dos atendimentos feitos pelo SUS são realizados por residentes”, afirma Niveo Lemos Moreira, presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR). Segundo dados do Ministério da Saúde e da ANMR, 278.082 médicos e 22.000 residentes atendem os 155 milhões de brasileiros que precisam dos cuidados médicos oferecidos pelo SUS.

Na noite de terça, Temporão afirmou que a proposta do governo é “boa” e deve ser analisada pela categoria. “Discordo da maneira que eles iniciaram um processo grevista, quando ainda temos muito espaço para conversar e negociar. Acho que a greve é o caminho equivocado”, afirmou o ministro. Temporão disse ainda que o pagamento da bolsa é feito pelo Ministério da Educação. Os ministérios informam que ofereceram aumento de 20% aos residentes, mas apenas a partir do Orçamento de 2011. Os médicos pedem ainda a ampliação do período de licença maternidade de quatro para seis meses e a criação de licença paternidade de cinco dias.

De acordo com Cid Carvalhaes, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a paralisação irá refletir diretamente na dinâmica dos hospitais. “Os médicos titulares terão de suprir a demanda. Mas, como as equipes estarão, em média, com um terço a menos de pessoal, os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas devem diminuir.” Para Carvalhaes, a qualidade do tratamento oferecido, no entanto, não deve decair. “O residente não é meramente uma mão de obra. A concepção de residência é de um treinamento em serviço. O residente tem, necessariamente, de ser acompanhado por um supervisor.”

Segundo a AMNR, a paralisação se restringe apenas aos serviços rotineiros e sem gravidade. “Todo o atendimento de emergência será mantido e não deve ser afetado pela greve”, diz Níveo Moreira. No Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a greve dos 276 residentes (um terço do número de médicos) o atendimento clínico está sendo realizado com lentidão. A previsão de demora nas consultas é esperada em todos os hospitais do país. Só no Hospital das Clínicas de São Paulo, os residentes correspondem a um terço dos médicos, embora não tenha registrado atrasos no atendimento.

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