Michelle pede afastamento do PL Mulher — e isso teve a ver com a prisão de Bolsonaro
Em nota, partido diz que a ex-primeira-dama, uma das estrelas do partido, irá cuidar da saúde e cancela evento previsto para este mês no Rio de Janeiro
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se afastou temporariamente da função de presidente do PL Mulher, braço da legenda que mais tem se mobilizado pelo país, com eventos de filiação e preparação de candidaturas femininas paras as eleições de 2026.
O afastamento, por tempo determinado, se deu, segundo o partido, por licença médica. De acordo nota da legenda, ela teria tido algumas alterações de saúde em razão do episódio familiar envolvendo a prisão em regime fechado de seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro — ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 27 anos de prisão por participação em tentativa de golpe de estado.
“A presidente Michelle vinha lidando com algumas alterações em sua saúde e, nos últimos meses, especialmente em consequência das tensões envolvendo a prisão de seu marido e das constantes injustiças feitas contra ela e sua família, sua imunidade foi afetada e essas alterações foram agravadas, tornando necessário seu afastamento temporário das atividades no partido”, diz o documento divulgado pelo PL.
A legenda não informa quanto tempo ela ficará afastada, mas diz que ela “ela cumprirá o afastamento médico inicial que lhe foi prescrito e, após o término desse período, será submetida a nova reavaliação”.
Um dos principais eventos do partido marcado para este ano, o Encontro do PL Mulher no Rio de Janeiro, previsto para 13 de dezembro, foi cancelado em razão do afastamento médico de Michelle. De acordo com o PL, o encontro está adiado para 2026, provavelmente para abril.
Crise no partido
O afastamento de Michelle se dá pouco mais de uma semana após ela ter virado pivô de uma crise inédita na legenda ao questionar a aliança que o PL estava conduzindo no Ceará, para apoiar o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) na eleição estadual do ano que vem. Michelle lembrou que Ciro fez várias críticas à família, em especial ao seu marido, e que era inadmissível o acordo político.
A tensão escalou após os filhos de Bolsonaro — o senador Flávio, o deputado Eduardo e o vereador Carlos — terem criticado a postura de Michelle, a quem chamaram de “autoritária”, dizendo que o acordo no Ceará, conduzido pelo deputado André Fernandes (PL-CE), tinha o aval de Bolsonaro. Após uma reunião de emergência convocada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Michelle ganhou a queda de braço e o partido suspendeu as conversas com Ciro.
Fora da corrida presidencial
Logo depois, o senador Flávio Bolsonaro anunciou que ele havia sido escolhido pelo pai para ser o candidato de seu grupo político a presidente nas eleições do próximo ano. Michelle também era cotada para a posição e, inclusive, pontuava melhor que o senador nas pesquisas presidenciais. Ela agora deve ser candidata a senadora pelo Distrito Federal, onde lidera as pesquisas.
Michelle Bolsonaro assumiu a presidência do PL Mulher em março de 2023, logo após ter tido papel fundamental na campanha pela reeleição de seu marido, ao final derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. A ex-primeira-dama, que tem bom trânsito entre o eleitorado conservador, especialmente o evangélico, era tida como uma das principais cabos eleitorais da legenda para o ano que vem.
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