Mesmo sem votação da Previdência, motoristas fazem greve em SP
CUT defende movimento, acrescentando intervenção no Rio como pauta de mobilização; outras categorias, como bancários e metalúrgicos, também aderiram
Motoristas das cidades paulistas de Santo André, Guarulhos e Sorocaba, bem como de regiões adjacentes, paralisaram suas atividades nesta segunda-feira contra a reforma da Previdência, mesmo depois de cancelada a discussão e possível votação previstas para esta segunda-feira. A greve ocorreu nas primeiras horas do dia, com os trabalhos sendo iniciados parcialmente nos terminais de ônibus apenas por volta das 7h30 da manhã, com lotação de passageiros.
O protesto estava previsto há algumas semanas, desde que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que colocaria a mudança das aposentadorias em pauta nesta semana. No entanto, tudo mudou na última sexta-feira, quando o presidente Michel Temer (MDB) decretou uma intervenção federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro.
Como intervenções são consideradas momentos de instabilidade social e institucional, a Constituição proíbe que sejam aprovadas propostas de emenda ao seu texto, como é o caso da reforma da Previdência. Portanto, o projeto teve sua tramitação suspensa e saiu da pauta do Legislativo.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – categoria, que a exemplo dos motoristas de ônibus, também recomenda que seus integrantes não compareçam ao trabalho nesta segunda –, defende a continuidade do protesto, porque “o risco da reforma persiste”. O sindicato alega que Temer afirmou que vai encerrar provisoriamente a intervenção no momento em que o Congresso estiver “pronto” para colocar o texto em votação.
Outra entidade ligada aos movimentos, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou nota colocando a intervenção como mais um “desmando do governo golpista”, contra o qual os trabalhadores a ela associados devem protestar, com greves e manifestações.
Os bancários também aderiram à paralisação. De acordo com o sindicato, os bancários votaram pela participação na greve em assembleias realizadas nos dias 8, 9, 14 e 15 deste mês nas agências e nos centros administrativos dos bancos nas sete regionais do sindicato em São Paulo e Osasco.
(Com Estadão Conteúdo)