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Mesmo após ‘blindar’ Cabral, CPI não deve convocar governadores antes de ver sigilo da Delta Centro-Oeste

Deputado Cândido Vaccarezza foi flagrado trocando mensagens com governador do Rio, mas comissão não deve alterar cronograma de trabalho

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro
18 Maio 2012, 17h07

Ainda que a troca de mensagens de celular entre o petista Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), tenha ampliado as pressões para que a CPI do Cachoeira coloque em votação os pedidos de convocação dos governadores suspeitos de ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, a comissão de inquérito não deve alterar seu cronograma de trabalho. Os governistas dizem que tampouco cogitam antecipar eventuais falas de Cabral e dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

“Temos um plano de trabalho e vamos cumprir esse plano de trabalho. O tema dos governadores só vamos analisar no momento certo”, disse nesta sexta ao site de VEJA o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG). “A Delta Centro-Oeste é a ponta do iceberg. Ela pode nos remeter a quebras de sigilo mais avançadas, mas somente a partir das provas, e não a partir do desejo político de alguns”.

Nesta quinta-feira, Cunha já havia observado que não haveria garantia de que a convocação dos governadores seria aprovada ou mesmo levada a voto na próxima sessão administrativa do colegiado, agendada para o dia 5 de junho. “Eu posso ter uma opinião de novo pelo sobrestamento ou pela rejeição [da convocação dos governadores]? Posso. O que vai me guiar são os depoimentos que teremos até lá e a análise dos documentos até lá”, explicou na ocasião.

A CPI do Cachoeira aprovou na quinta a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, das filiais da empreiteira em Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal e de empresas apontadas como “laranjas” no esquema coordenado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Apesar do desgaste do episódio envolvendo Vaccarezza, flagrado pelo SBT trocando mensagens em que indicava a blindagem do governador peemedebista, o deputado petista Paulo Teixeira (PT-SP) disse não ver razão para que o correligionário abandone o assento na CPI. “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu”, disse Vaccarezza na mensagem flagrada pela TV.

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“Creio que ele deva explicar. E ele vai conseguir. Aquilo foi um diálogo do Vaccarezza com o governador e não é extensivo ao partido”, resumiu Teixeira. “Foi um diálogo privado dele com o governador, não há deliberação partidária [para tirá-lo da CPI]”, completou.

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Apesar da fala de Teixeira, senadores da base aliada se reúnem na noite de segunda-feira para discutir o que fazer com Vaccarezza, revelou a coluna Radar. Eles já discutem a saída do petista.

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Para o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), mesmo com a troca de mensagens entre Vaccarezza e Sergio Cabral, não há motivos para a convocação do governador à comissão de inquérito. Raupp evitou falar em “blindagem” e explicou que as relações de Cabral com o empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, são ‘naturais’.

“Não há elementos para a convocação do governador. Se for convocar, vai ter que convocar todos os ministros de estado que têm ligação com obras e todos os prefeitos de municípios com obras da Delta”, opinou. “A relação entre o governador e Cavendish não é proibida”, disse.

Na avaliação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a conversa entre Vaccarezza e Cabral torna “imprescindível” a presença do governador do Rio na CPI para prestar esclarecimentos. “Por que estaria o governador do Rio necessitando desta colaboração? Por que ‘você é nosso e nós somos teu’?, questionou o senador, que novamente defendeu a quebra de sigilo da matriz da Delta Construções.

“Alguém pode dizer a um governador ou a outra pessoa ‘pode deixar que eu garanto tudo’, fazendo uso daquela frase famosa ‘la garantia soy yo’?”, provocou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Ele descartou, no entanto, a possibilidade de um acordo entre parlamentares para blindar governadores passar despercebido. “Se houver tentativa de acordão, eu serei o primeiro a denunciar. A comissão não é submissa, e está revelando isso”, relatou.

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