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Mercadante vai ao Senado, mas oposição deve poupá-lo

PSDB aponta tática do governo para esvaziar fala de petista e quer levar o assunto para a Câmara - onde base aliada deverá derrubar sua convocação

Por Gabriel Castro
28 jun 2011, 07h53

Tucano acha que o governo quer fazer Mercadante falar no Senado, e não na Câmara, para se beneficiar das amizadas que tem na Casa

Em seu primeiro pronunciamento no Congresso Nacional desde as novas revelações sobre o escândalo dos dossiês, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, deverá passar incólume ao encontro com os parlamentares. Conforme a estratégia da oposição, capitaneada pelo PSDB, a sessão desta terça-feira não deverá ser usada para pressionar o petista. Ele comparece a uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, pela manhã. Oficialmente, a pauta da audiência é inovação tecnológica. O requerimento para ouvi-lo, de autoria do senador Lindberg Farias (PT-RJ), foi apresentado antes que o caso dos dossiês voltasse à tona. Mas Mercadante vai ao Senado ciente de que o assunto entrará em pauta. (Leia também: as confissões do aloprado Expedito Veloso – agora em áudio)

VEJA revelou que o petista, ao lado de Orestes Quércia, foi um dos mandantes da fraude organizada para prejudicar o candidato tucano ao governo de São Paulo em 2006, José Serra. Nesta semana, VEJA mostra que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também participou da operação. Curiosamente, a oposição, que poderia usar a sessão desta terça para pressionar o ministro sobre o envolvimento dele no episódio dos aloprados, não pretende fazê-lo. O líder do PSDB na Casa, Alvaro Dias (PR), acredita que o governo tem a estratégia de fazer Mercadante falar no Senado e não na Câmara porque, como foi senador entre 2002 e 2010, o petista poderia se favorecer das amizades na Casa. “Isso cria constrangimentos”, explica o parlamentar.

Além disso, a ausência de figuras de peso do DEM na audiência deve facilitar as coisas para Mercadante. O partido, que é representado na comissão por José Agripino Maia (RN) e Demóstenes Torres (GO), não terá um representante sequer na audiência pública: os dois caciques, em viagem, não comparecerão. O mesmo vale para os suplentes Jayme Campos (MT) e Maria do Carmo Alves (SE). Se o ministro tiver a oportunidade de tocar no assunto sem maiores percalços no Senado, dificilmente os requerimentos para ouvir o que ele tem a dizer na Câmara vingarão. A provável justificativa: Mercadante já falou tudo o que precisava. Alvaro Dias reitera que o ministro deve ser ouvido na Câmara. Além de ouvir o ministro, os oposicionistas ensaiam convocar outras figuras ligadas ao caso.

Eles podem, por exemplo, passar a cobrar a convocação da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, da ex-senadora Serys Slhessarenko e do petista Expedito Veloso, todos ligados ao episódio. Os tucanos prometem oficializar um pedido para ouvir Ideli ainda nesta terça. “Se Mercadante falar só sobre o ministério dele nesta terça, nós não o questionaremos. Vamos aguardar a convocação na Câmara. Se eventualmente ele, por iniciativa própria, abordar o problema, nós vamos ter que tomar providências subsequentes”, diz o líder tucano. Dias parece ignorar, entretanto, que a maioria governista deve derrubar os requerimentos apresentados pelos tucanos nas comissões de Segurança, Fiscalização Financeira e Ciência e Tecnologia. Talvez escaldado com o caso Palocci, Mercadante tem se demonstrado disposto a falar ao Congresso sobre o escândalo. A conferir.

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