Mensalão: Pizzolato já foi condenado por três crimes
Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, ele autorizou em 2003 o adiantamento de 74 milhões de reais para empresa de Marcos Valério
Ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, aposentado após o estouro do mensalão, Henrique Pizzolato já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por três crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
O tempo e o regime que cumprirá a pena só serão definidos no final do julgamento, mas é provável que passe alguns anos trancafiado numa cela. Com exceção de um único voto do ministro Marco Aurélio Mello no crime de lavagem, ele foi considerado culpado por todo o restante da corte.
Filiado ao PT, Pizzolato tem trajetória similar à da série de sindicalistas que aparelharam a máquina pública após a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Trabalhou na campanha presidencial petista e era próximo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, Pizzolato embolsou 336 mil reais do esquema. Foi ele quem autorizou o adiantamento de 74 milhões de reais à DNA Propaganda, de Marcos Valério de Souza, por serviços publicitários prestados à Visanet (da qual o Banco do Brasil é sócio), em 2003. Na prática, desviou dinheiro público para as contas de Valério.
Lei – A legislação brasileira não impede que os réus da ação penal do mensalão em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) deixem o país. Enquanto a sentença não transitar em julgado, o que pode não ocorrer tão cedo, os réus têm o direito de transitar livremente. Há uma ressalva: se considerar que um réu dá sinais de que pretente fugir antes da sentença, a Justiça pode proibi-lo expressamente de cruzar as fronteiras. Isso não foi feito até agora no caso do mensalão. Além disso, nada impede que a Polícia Federal, a pedido do Ministério Público, monitore os réus para evitar surpresas quando a palavra final da Justiça for proferida.
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