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Mensalão, o laboratório para o escândalo do petrolão

Personagens dos escândalos se repetem – com direito a tesoureiro petista enrolado no esquema de corrupção. Desvio agora, porém, é bilionário

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 abr 2015, 08h22

Desde 2005, quando o escândalo do mensalão jogou na lona o PT e importantes dirigentes de partidos da base aliada do governo Lula, os sonhos petistas passaram a ser assombrados por uma figura onipresente nos esquemas de corrupção comandados pela sigla: o personagem do tesoureiro, já protagonizado pelo notório Delúbio Soares na época dos mensaleiros, voltou a provocar pesadelos no partido com a prisão, na última quarta-feira, de João Vaccari Neto, dono da chave do cofre do PT e enrolado até o último fio da barba com o esquema de distribuição de propina e fraudes na Petrobras.

A prisão de Vaccari menos de dois anos depois do histórico 15 de novembro de 2013, quando Delúbio e próceres petistas começaram a cumprir pena atrás das grades, é apenas o mais visível aspecto que une os mensaleiros e o escândalo desvendado pela Operação Lava Jato. Mas a coincidência de outros personagens e do modus operandi dos dois propinodutos permite dizer que o mensalão – e seus 173 milhões de reais – pode ter sido apenas um laboratório para a trama criminosa de 10 bilhões de reais descoberta no petrolão.

Além dos donos do cofre do partido, diversos personagens do mensalão, tanto os anônimos quanto parte dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), voltaram a aparecer encrencados no esquema de cobrança de propina na Petrobras. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), conhecidos e cassados durante o mensalão, retomaram o protagonismo nas páginas policiais.

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Entre os personagens com um pé em cada escândalo estão ainda o doleiro Enivaldo Quadrado, que utilizava a extinta corretora Bônus Banval para lavar dinheiro do mensalão e foi detido na Operação Lava Jato sob suspeita de atuar como operador do petrolão; e “Bob”, codinome de Dirceu nas planilhas de propina citadas pelo doleiro Alberto Youssef, mas que a polícia suspeita ser Roberto Marques, assessor do ex-chefe da Casa Civil que recolhia “encomendas” na agência do Banco Rural em Brasília na época do mensalão. Completa a lista de encrencados onipresentes nos escândalos o empresário César Oliveira, da construtora GDK, suspeito de ter pagado propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Oliveira surgiu no mensalão depois de ter doado uma picape Land Rover para o então secretário-geral do PT Silvio Pereira.

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Com ligação direta com o mais grave esquema de corrupção do governo Lula, o esquema de corrupção na Petrobras, até agora o maior escândalo da história brasileira, começou a ser desvendado pela Polícia Federal a partir de uma investigação acessória ao mensalão. A Polícia Federal e o Ministério Público descobriram que em 2009 o então deputado José Janene, ex-líder do Partido Progressista (PP) e processado como mensaleiro, tentava lavar parte do dinheiro recolhido do suborno da base aliada com a ajuda do doleiro paranaense Alberto Youssef. O mesmo Youssef, em acordo de delação premiada, revelou como autoridades do PT e da base governista integraram o assalto aos cofres da Petrobras.

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