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MDB tenta colar Meirelles em plano eleitoral de Temer

Cúpula do partido quer que o ministro permaneça como uma espécie de 'plano B' para o caso de o presidente não conseguir viabilizar sua candidatura

Por Estadão Conteúdo 24 mar 2018, 09h39

Depois de confirmar que será candidato a novo mandato, o presidente Michel Temer levou na sexta-feira a tiracolo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em um giro pelo Nordeste. A cúpula do MDB quer que Meirelles se filie ao partido e permaneça como uma espécie de “plano B” para o caso de Temer não conseguir viabilizar sua candidatura e desistir de entrar no páreo. Se o presidente não recuar, porém, o MDB avalia que Meirelles pode ser vice na chapa.

O ministro quer concorrer à Presidência, mas enfrenta dificuldades para pôr de pé seu projeto eleitoral. Filiado ao PSD, Meirelles não tem apoio de sua própria legenda – que negocia com o PSDB do governador e presidenciável Geraldo Alckmin – e não obteve garantia de candidatura em partidos menores, como PRB, PSC e PHS. Até agora, ele tem dito que não será vice de ninguém. “O próprio presidente reclamava de ser vice”, afirmou o titular da Fazenda, em conversa reservada. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Meirelles disse que nada está definido. “No início de abril, vou tomar a decisão se fico no Ministério da Fazenda ou saio para disputar a eleição e, neste caso, por qual partido.”

O blog BR18, do Grupo Estado, antecipou no domingo que Temer já havia decidido disputar a reeleição, apesar dos baixos índices de aprovação do seu governo e da sua impopularidade. Disposto a manter Meirelles sob sua órbita, Temer fez nesta sexta vários afagos ao comandante da economia. Os dois passaram o dia juntos cumprindo agenda oficial, mas em ritmo e estilo de campanha no Nordeste. Foram a Xique-Xique, na Bahia, a Petrolina e a Goiana, em Pernambuco.

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Embora em discurso tenham trocado elogios, Temer e Meirelles quase não se falaram durante a cerimônia na fábrica do grupo Fiat-Chrysler Automobiles (FCA), na região metropolitana do Recife. Sentados lado a lado, aparentando cansaço pela extensa jornada, eles pouco trocaram palavras.

Meirelles citou Temer quatro vezes no discurso e fez veemente defesa das políticas sociais e econômicas do governo. Afirmou, por exemplo, que uma decisão de Temer foi fundamental: a liberação do saldo de contas inativas do FGTS, que, segundo dados oficiais, injetou 40 bilhões de reais na economia.

Mote

“Vamos em frente porque agora sim, desta vez, o Brasil vai para a frente”, afirmou o ministro. Meirelles definiu Temer como um “líder nacional” que desenvolveu “uma série impressionante de reformas” no país. Afirmou, ainda, que o governo prioriza os programas sociais, com reajustes do Bolsa Família. “O melhor programa social é a crença no emprego”, disse, usando mote de sua pré-campanha.

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Temer, por sua vez, passou o dia enaltecendo o titular da Fazenda. Em Xique-Xique, por exemplo, chamou-o de “nosso Henrique Meirelles”. Animado com a receptividade, durante inauguração de um projeto de irrigação, pediu aos seguranças que retirassem as grades que o separavam do público. “O Meirelles fez todo o esforço lá na Fazenda (…). Eu e o Meirelles podemos a esta altura patrocinar a queda do veto para que a micro e pequena empresa tenham a possibilidade de refinanciar os seus débitos”, afirmou Temer.

Nos bastidores, dirigentes de partidos aliados têm receio de que uma eventual candidatura do presidente contamine as campanhas nos Estados, em razão de sua impopularidade. Muitos avaliam que, se em meados de julho o seu desempenho não melhorar, ele não disputará.

Embora o destino político de Meirelles ainda seja incerto, alguns amigos o aconselham a correr o risco de se filiar ao MDB. A direção do PRB sinalizou a Meirelles que iniciou conversas sobre uma possível candidatura ao Planalto com o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo. Presidente do PSC, o pastor Everaldo Pereira também disse que o partido não tem como dar legenda para Meirelles concorrer. “Nosso candidato é Paulo Rabello (de Castro)”, afirmou, em referência ao presidente do BNDES.

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