Marquinhos Trad, do PSD, é o novo prefeito de Campo Grande
Político de tradicional família do estado desbancou a vice-governadora Rose Modesto, do PSDB
Político de uma das mais tradicionais famílias do Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD), filho do ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad, foi eleito neste domingo o novo prefeito da capital sul-mato-grossense. Líder nas principais pesquisas de intenção de votos desde o primeiro turno, Trad derrotou a atual vice-governadora Rose Modesto (PSDB), que tinha a máquina do governo estadual em seu favor. O político teve 58,76% dos votos válidos – o que equivale a 239.228 votos – contra 41,24% de Rose, ou 167.878 votos. O índice de abstenção chegou a 22,32%. Votos brancos chegaram a 3,04%, nulo, 7,95%.
Ao longo da campanha, marcada por ataques mútuos na propaganda eleitoral no rádio e na televisão, Trad conseguiu manter uma folgada vantagem em relação à adversária. Nos últimos dias, com o acirramento das acusações de ambos os lados, o prefeito eleito conquistou 15 decisões favoráveis da Justiça Eleitoral contra o que o Judiciário considerou irregularidades e ofensas da tucana. O mais recente ataque dizia respeito às suspeitas de que Trad poderia ter sido funcionário fantasma e ter recebido, de forma irregular, dois salários do poder público. O caso, de fato, foi investigado pelo Ministério Público, mas desarquivado depois da constatação de que não havia ilicitude no episódio. Aliados de Rose Modesto ainda tentar reabrir a discussão.
Nas eleições municipais, a disputa em Campo Grande ganhou ares inéditos depois de recentes escândalos de corrupção terem abatido os principais caciques do estado, como o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o próprio Nelsinho Trad, irmão do prefeito eleito hoje. No mandato do atual prefeito Alcides Bernal (PP), novas denúncias de irregularidade, incluindo as acusações de compra de votos de vereadores, tomaram conta de Campo Grande. O episódio levou à cassação de Bernal e à assunção do vice Gilmar Olarte (Pros). Uma operação policial conhecida como Coffee Break descortinou o esquema de compra de votos dos vereadores, corrompidos para tomar o mandato do prefeito. Segundo o Ministério Público, com participação do próprio Olarte. O vice-prefeito acabou preso um dia antes do início oficial da campanha, por suspeitas de lavagem de dinheiro.