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Marina Silva: ‘Não se sacrifica o destino de uma nação para ganhar uma eleição’

Ex-candidata à Presidência atribuiu atual crise política ao sistema que divide nacos do Estado para satisfazer interesses pessoais

Por Da Redação
24 jul 2015, 10h26

A ex-candidata presidencial Marina Silva disse na noite desta quinta-feira que a crise política, agravada com a ruptura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo, é fruto do sistema político no país. “Isso é resultado do que é esse presidencialismo que era de coalizão e que, agora, virou um verdadeiro presidencialismo de confusão”, afirmou, após participar de um evento na cidade de São Paulo.

Marina argumenta que, desde 2010, alerta para o problema de se “distribuir pedaços do Estado” para atender a interesses e formar maioria no Congresso Nacional. “A composição do governo, com raras exceções, tanto para a formação dos ministérios quanto para constituir maioria no Congresso não é feita em cima de um programa e, ao não ser feito em cima de um programa, mas da distribuição de pedaços do Estado para atender interesses de grupos ou indivíduos, dá no que está dando agora”, complementou.

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A ex-presidenciável, ainda filiada ao PSB e no processo de criação de sua Rede Sustentabilidade, voltou a reclamar do processo eleitoral do ano passado e de como Dilma Rousseff venceu com uma proposta de “mentiras”. “Não se sacrifica o destino de uma nação para ganhar uma eleição”, afirmou. Marina atribui ao uso de mentiras da campanha da sua então adversária o alto número de pessoas que hoje defendem o afastamento da presidente. “As pessoas se elegem com uma promessa e, em seguida, mudam o que prometeram da água para o vinho. É claro que há uma insatisfação da sociedade.”

Ela destacou que esse quadro deve ser tomado como lição e que o país deve aprender a exigir plataformas e programas eleitorais claros dos candidatos. “A gente precisa aprender com tudo isso, não se pode ganhar uma eleição para um país como o nosso sem um programa de governo, com um cheque em branco para depois se fazer o que quiser”, ponderou.

A ex-senadora também afirmou que não se pode apenas eleger culpados pela corrupção, mas que a questão deve ser tratada pela sociedade. Para ela, o país deve sair da posição de “espectador da democracia” para passar a autor do processo democrático. “Aqui no Brasil está todo mundo feliz de dizer que a culpada pela corrupção é a Dilma. Quando a corrupção virar um problema nosso, criaremos instituições para coibi-la”, disse Marina. “Não é sustentável acharmos que a corrupção é o problema de uma pessoa, de um grupo ou de um partido”, prosseguiu, ao citar outros políticos que viram alvos de argumentações simplistas como culpados pela existência de corrupção no país, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Sarney (PMDB).

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Marina argumentou que o Brasil só saiu da ditadura quando ela virou um problema de toda a sociedade e não apenas dos militares. “Enquanto a ditadura era um problema apenas dos militares, a coisa era feia.”

Lava Jato – Marina repetiu considerar que o Brasil passa por “um momento muito difícil”, mas preferiu não falar diretamente sobre sua posição em relação a um eventual pedido de afastamento da presidente. Sobre a Lava Jato, disse que “é preciso dar todo apoio às investigações”, que devem ser feitas com autonomia para os trabalhos da Polícia Federal e do Ministério Público, além do Tribunal de Contas da União – em referência ao julgamento das contas do governo Dilma em 2014 e do uso das chamadas pedaladas fiscais. Para Marina, esse é o único caminho para o país sair “do fundo do poço”.

“Não é uma questão de instrumentalizar a crise, é como a gente de fato faz para de fato resolvê-la, indo a fundo nas investigações, punindo os culpados e fazendo o necessário para tirar o país do fundo do poço, como estamos, do ponto de vista político, econômico, moral, ético. Esse é o esforço que precisa ser feito, olhando para crise no mérito da crise e não no sentido de qual é a vantagem que tiro dela.”

(Com Estadão Conteúdo)

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