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Marido de Erenice também fez tráfico de influência

José Roberto Camargo Campos atuou para empresa em que trabalha conseguir concessão da Anatel

Por Da Redação
18 set 2010, 09h11

“A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus pareceres e os conselheiros mudassem seu voto”

Não só o filho de Erenice Guerra valeu-se da influência da mãe à frente da Casa Civil para fazer negócios. O marido da ex-ministra, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos, também quis tirar seu naco. É o que mostra a edição de VEJA desta semana.

Campos arquitetou um plano para que a pequena empresa de comunicações de que era diretor comercial, a Unicel, entrasse no bilionário mercado de telefonia celular de São Paulo. A concessão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) saiu em 2005 após decisão pessoal de seu presidente, Elifas Gurgel.

Setores técnicos da Anatel contestaram a decisão porque a empresa sequer apresentou garantias sobre sua capacidade técnica e financeira para tocar o negócio. O recurso levou dois anos. A revista entrevistou um dos membros do conselho que acompanhou o caso: “A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus pareceres e os conselheiros mudassem seu voto”.

O resultado da pressão foi que o técnico Jarbas Valente e o conselheiro Pedro Jaime Ziller mudaram seu parecer após ouvir os argumentos da Casa Civil. Valente ganhou uma promoção na Anatel e dois assessores de Ziller deixaram a agência para bater ponto na Unicel por salários em torno de 30 000 reais.

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O lobby de Erenice, segundo a reportagem, resolveu outra questão ‘burocrática’: driblar a legislação que obriga as concessionárias de serviços de telefonia a pagar 10% do valor do contrato como entrada. Nesse caso, seriam 9,3 milhões de reais. Como não tinha dinheiro, a Unicel conseguiu convencer o conselho da Anatel a reduzir o valor para 900 mil reais – 1 % do negócio. A decisão foi contestada, há duas semanas, pelo Ministério Público.

As operações da Unicel começaram em 2008, sob o nome fantasia de AEIOU. A estratégia era atrair o público jovem a um baixo custo. Não deu certo: a empresa tem 20 000 assinantes e responde por dívidas que ultrapassam os 20 milhões de reais. A esperança do marido de Erenice e de seus amigos é o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A estratégia é convencer o governo a considerar a concessão da Unicel de utilidade pública para o projeto. Se isso ocorrer, a empresa pode receber 100 milhões de reais.

VEJA revela o nome de um outro parceiro especial neste caso: Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, que comanda o PNBL. Com quem ele trabalhou? Com os donos da Unicel, por 8 anos. Quem o indicou para o cargo? O marido de Erenice Guerra. Disse Lainder à revista: “O marido da Erenice é um cara que admirava meu trabalho. Ela me disse que precisava de alguém para coordenar o PNBL”.

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