Manifestantes interditam Viaduto do Chá
Em protesto contra a reintegração de posse do Parque Augusta, grupo seguiu até a sede da prefeitura e espera pronunciamento de Haddad
Cerca de 100 pessoas ocupam totalmente o Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo, após a reintegração de posse do terreno conhecido como Parque Augusta na manhã desta quarta-feira. Os manifestantes aguardam em frente à prefeitura e esperam para falar com o prefeito Fernando Haddad.
A reintegração, iniciada às 5h30, foi concluída por volta das 9 horas, quando os últimos quatro ativistas, que resistiam à reintegração, desceram de uma árvore. Em seguida, um grupo se dirigiu para a Rua Augusta em direção à prefeitura, com o objetivo de fazer uma audiência com prefeito Haddad para discutir a negociação do terreno do parque. Policiais fizeram um corredor na Rua Augusta e, segundo o major Luiz Augusto Âmbar – comandante da operação – cerca de 100 oficiais foram mobilizados para a reintegração de posse do Parque.
Leia também:
Três mitos sobre a Sabesp e a seca em São Paulo
Datafolha: 60% apoiam rodízio de água em São Paulo
Reintegração – A Tropa de Choque foi enviada ao local para cumprir a ordem de reintegração, dirigindo-se à entrada do parque pela calçada da Rua Marquês de Paranaguá. Houve um princípio de tumulto e a maior parte dos manifestantes, que já estava do lado de fora do terreno, passou a pedir que os policiais agissem sem violência. Durante a varredura, a PM encontrou quatro manifestantes em cima de uma árvore, dentro do parque. Por volta das 8 horas, eles estavam cercados por dezenas de policiais que negociavam a saída.
Um dos quatro ativistas que resistiram em cima da árvore, Wesley Rosa, de 27 anos, disse que não saiu do Parque Augusta porque queria garantia de que poderia cuidar das 200 árvores plantadas no espaço. “Nós queremos que os portões continuem abertos, como manda o contrato do terreno, para termos acesso ao bosque. As árvore foram plantadas em áreas áridas e vão precisar de água”, afirma Rosa. Segundo ele, a PM foi paciente durante as negociações, que duraram cerca de duas horas.
Acampados há 47 dias no terreno de 23.700 metros quadrados, entre a Rua Caio Prado e a Marquês de Paranaguá, os ativistas deixaram o local pacificamente. Ainda de madrugada, quando houve programação cultural, parte do grupo, que segundo organizadores chegou a 3.000 pessoas, já havia saído.
(Com Estadão Conteúdo)