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Mandei mensagem como cidadão, diz empresário suspeito de ameaçar Doria

Odair José da Silva, presidente do PSL de Santa Isabel (SP), foi ouvido pela polícia na quarta-feira; para advogado, objetivo é intimidar quem se manifesta

Por André Siqueira Atualizado em 2 abr 2020, 18h19 - Publicado em 2 abr 2020, 17h59

O empresário Odair José da Silva, conhecido como “Odair da Rivazzi” prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira 1º, no âmbito das investigações que apuram as mensagens com ameaças recebidas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Presidente do PSL de Santa Isabel, município da Grande São Paulo, o microempresário admite que enviou mensagens ao tucano, mas nega que tenha ameaçado Doria e sua família.

Na segunda-feira 30, a polícia acolheu representação da defesa do governador para apurar suposta incitação ao crime, ameaça e injúria por meio de mensagens enviadas ao telefone do tucano. Como VEJA mostrou, Doria registrou um boletim de ocorrência e reforçou a sua segurança. Além de ameaças de morte contra o governador e a sua família, perfis bolsonaristas manifestavam a intenção de pichar e invadir a casa do tucano. Essa convocação também foi divulgada na internet com o endereço da residência de Doria. Faixas ofensivas ao governador foram colocadas nas ruas da capital.

Auxiliadores do governador afirmam que o seu número de celular acabou divulgado para uma rede de perfis bolsonaristas a mando de funcionários do governo federal que têm ligações com o chamado “gabinete do ódio”. Localizada no terceiro andar do Palácio do Planalto, a sala abriga assessores de Bolsonaro que monitoram sua popularidade em redes sociais e gerenciam perfis destinados a atacar os críticos. O gabinete é comandado informalmente pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Odair admite que enviou mensagens ao celular pessoal de Doria, mas nega que tenha ameaçado o governador. “A mensagem que mandei, nas condições de cidadão e microempresário, única e tão somente protestava contra o fechamento indiscriminado do comércio no estado de São Paulo, nos seguintes termos: ‘Doria, libera o comércio ou vamos para a porta da sua casa'”, diz.

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Advogado que representa o microempresário, Osmar Priante disse a VEJA que, em seu depoimento à polícia, Odair reafirmou que a mensagem expressava “seu direito de trabalhar”. No dia 24 de março, Doria anunciou um período de 15 dias de quarentena para todo o estado – a medida impôs o fechamento do comércio, exceto serviços essenciais de alimentação, abastecimento, saúde, bancos, limpeza e segurança.

“A convocação tem a intenção de intimidar as pessoas quanto à possibilidade de exercerem o direito constitucional de se manifestar”, afirmou o advogado em mensagem de texto enviada a VEJA.

Presidente estadual do PSL, o deputado federal Júnior Bozzella disse a VEJA que ainda está “apurando os fatos” envolvendo o seu companheiro de partido. “Recebi algumas mensagens sobre o caso, fiquei sabendo das versões apresentadas pelos dois lados. Ainda não conversei com Odair. Não posso tomar nenhuma decisão unilateral, mas, evidentemente, após a apuração dos fatos, caso fique provado que houve algo fora da conduta que julgamos adequada ao partido, haverá, sim, uma punição”, disse.

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