Mais um preso é encontrado morto em Pedrinhas (MA)
Detentos continuam sendo assassinados no maior complexo penitenciário do Maranhão, ampliando o colapso no sistema prisional do Estado
Mesmo com o reforço na segurança feito pela Polícia Militar, detentos continuam sendo assassinados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Em menos de doze horas, dois presos morreram nesta quinta-feira – o número de mortos chega a 62 desde o ano passado.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), tem até a próxima segunda-feira para responder ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a situação dos presídios maranhenses. A Procuradoria-Geral da República estuda uma intervenção federal no presídio.
Nessa semana, o procurador recebeu um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), comandado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, no qual aponta que não há “condições de manter a integridade física dos presos, seus familiares e de quem mais frequente os presídios de Pedrinhas”. O documento é assinado pelo juiz auxiliar da presidência do CNJ, Douglas de Melo Martins.
Após a formulação do relatório, o governo maranhense anunciou que a Polícia Militar passaria a fazer a segurança dos presídios e criou uma comissão para investigar as mortes. Em nota, o governo informou que investiu 131 milhões de reais na construção e no reaparelhamento do sistema penitenciário. Pedrinhas é o maior complexo penitenciário do Maranhão, com capacidade para abrigar 1.700 homens. No entanto, atualmente há 2.200 encarcerados no local.
Vítimas – Nesta quinta-feira, Sildener Pinheiro Martins, de 19 anos, morreu a golpes de “chuço”, objeto pontiagudo fabricado por detentos, durante uma briga entre membros de uma facção criminosa. Na madrugada do mesmo dia, Josivaldo Lindoso, de 35 anos, havia sido estrangulado.
O clima de tensão em Pedrinhas veio à tona com as execuções praticadas com extrema crueldade. Além das decapitações, alguns presos foram mortos por esfolamento e esquartejamento. O documento do CNJ informou que o motivo dos assassinatos ocorre por brigas entre facções rivais.